Segundo maior bioma brasileiro, detendo 5% da biodiversidade do planeta, o Cerrado abriga espécies em extinção e tem grande capacidade de aprisionamento de carbono. O bioma é uma das mais significativas fontes de água para o País, recarregando os aquíferos Bambuí, Urucuia e Guarani, bem como as maiores bacias hidrográficas nacionais: Amazônia, Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico Leste e Paraná/Paraguai.
Diante de toda riqueza ambiental do Cerrado, o Governo do Estado aposta nas suas Unidades de Conservação (UC) como condição na busca para a sustentabilidade do País. Para isso, o primeiro passo é seguir as recomendações técnicas do Zoneamento Ecológico Econômico, que levanta as condições de solo, vegetação e clima. Através desse zoneamento, são identificadas áreas frágeis do ponto de vista ambiental.
De acordo com o diretor de Regulação Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Rubens Brito, a fiscalização atua em atividades passíveis de licenciamento ambiental. Em áreas protegidas, são feitos diálogos com a comunidade a respeito da importância da conservação desses locais. “Quando são ações por parte de produtores ou de um usuário empreendedor, são seguidas todas as normas de fiscalização. Nas áreas protegidas, fazemos sempre esse processo de conscientização da população, a importância de não desmatar, de manter a área livre de queimadas, manter seus animais silvestres”, explicou.
Só de áreas preservadas de Proteção Integral no Tocantins são contabilizados 240 mil hectares, que compreendem o Parque Estadual do Lajeado, o Parque Estadual do Cantão, o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas (Monaf), em Filadélfia; e o Parque Estadual do Jalapão.
Conforme Rubens Brito, está sendo realizado um levantamento com o objetivo de mostrar à sociedade o quanto vale, financeiramente, as áreas protegidas. “Para nós, essas áreas servem como patrimônio do Estado. No processo de valoração, temos espécies de fauna e flora que podem servir como reserva ambiental farmacológica e para regular o clima. Essa ação é estratégica para que o Tocantins possa ser destaque como um ativo ambiental de significativa importância”, afirmou.
Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação (UC) são definidas como espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes. São legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
As UCs são áreas onde as atividades de ocupação humanas são restritas e manejadas. Elas podem ser entendidas ainda como fatores limitantes de ocupação de ambientes frágeis e com alto valor ecossistêmico.