O número de profissionais para alunos com deficiência passou de 30 para 140 em menos de dois anos

Atividades com os alunosSalas com recursos multifuncionais, ônibus e escolas adaptadas, além de equipe multidisciplinar. Por essas ações e acompanhamentos regulares, Araguaína é destaque nacional quando o assunto é investimento em educação inclusiva. O Município, por meio da Secretaria da Educação, vem acompanhando e dando suporte para que as unidades escolares possam dar ensino de qualidade para os 500 alunos matriculados que tem dificuldade de aprendizagem.

Em menos de dois anos, o quadro de profissionais para alunos com deficiência saltou de 30 no início de 2012 para 140 em 2014. Para a diretora municipal de Ensino Especial, Valdene Martins Soares, o objetivo maior é valorizar o ser humano, independente da deficiência que a pessoa tenha, promovendo mais oportunidade e direitos a todos. “O objetivo maior do Município é primar pela qualidade de vida das pessoas com deficiência. Nosso trabalho é este: valorizar essa pessoa como ser humano”, explicou a diretora.

Referência em programas

A Rede Municipal de Ensino aderiu a vários programas nacionais do Ministério da Educação com relação a educação inclusiva. Atualmente, estão instaladas e em funcionamento 27 salas de recursos multifuncionais, dentro do Programa de Implantação de Recursos Multifuncionais.

Também aderiu ao Programa Educação Inclusiva, sendo o município polo responsável por 36 cidades da sua abrangência. Além disso, também aderiu ao Programa Transporte Escolar Acessível – Caminho da Escola, adquirindo dois ônibus escolares adaptados que transportam exclusivamente alunos com deficiências, tanto para as aulas quanto para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), rural e urbano.

Outro programa que o Município aderiu foi o Programa Escola Acessível. Ao todo, 33 unidades escolares já foram beneficiadas com verba destinada à promoção da acessibilidade, como a construção de rampas, adaptações em banheiros e ambientes escolares, adequações mobiliárias e nos espaços físicos. Por fim, Araguaína aderiu ao Programa de Acompanhamento e Monitoramento do Acesso e Permanência na Escola (BPC)

Equipe multidisciplinar

A equipe é composta por 18 servidores: 2 psicólogas, 2 fonoaudiólogas, 3 assistentes sociais, 1 intérprete de Libras, 1 instrutora de Libras, 1 especialista em deficiência visual, 4 supervisores e orientadores de ensino especial, 1 assistente administrativo, 1 assessora técnica/pedagógica de ensino especial e a diretora de ensino especial.

Casos de sucesso

Para o frentista Carlos Antônio Dias de Carvalho, esse acompanhamento especializado tem sido um diferencial na vida do seu filho, Ruan Carlos, de 10 anos, que estuda o quarto ano na Escola Municipal Aurélia Buarque de Holanda. De acordo com o pai, Ruan tinha dificuldade na aprendizagem, tendo um comportamento muito agressivo tanto em casa como na escola, deixando de lado o gosto em aprender. Agora o comportamento do filho mudou.

“Ás vezes quando ele sai, quando volta já fala logo que tem uma tarefa pra fazer; o que não acontecia antes”, explicou Carlos Antônio. “Quando começou, teve uma mudança pra melhor”, disse alegre o pai. “Antes a gente cobrava dele para fazer as tarefas e ele deixava de fazer; agora não, é ele que lembra”, completou.

E o pequeno Ruan conta o que mais gosta na sala de recurso multifuncional na escola onde estuda. “Gosto do computador, ajuda a estudar. Eu acho o melhor lugar da escola”, disse o estudante.

Outro aluno que também tem um acompanhamento especializado na sala de recursos multifuncionais na escola é o Pedro Henrique Rios de Oliveira, de 10 anos, que estuda junto com Ruan. Além da aprendizagem com a professora Doralice Miranda de Carvalho que estimula concentração e raciocínio, Pedro também gosta de ficar no computador, por ter jogos educacionais que reforçam o seu aprendizado. “Gosto do computador, dos jogos que tem nele”, disse olhando para o equipamento.

Nessa escola, atualmente há nove alunos que tem acompanhamento na sala de recursos multifuncionais. De acordo com a professora Doralice, há uma mudança sensível no comportamento desses alunos e também no desenvolvimento educacional deles. “Temos atividades que estimulam o pensamento deles, a concentração e o raciocínio. Estimulando a criatividade, o desenvolvimento educacional e também o convívio social”, destacou Doralice. Neste tipo de acompanhamento, a professora se especializou em libras, braile e psicopedagogia, para melhor desenvolver as atividades com os alunos.

Acompanhamento

A diretora de Ensino Especial, Valdene Martins Soares, explicou que além do ensino regular, o aluno deficiente frequenta a sala de recursos multifuncionais, que é um atendimento especializado de acordo com a necessidade dele. “Ele tem que ser avaliado dentro da sua limitação. O que for trabalhado é o que deve ser avaliado”, completou.

Ainda segundo a diretora de Ensino Especial, os atendimentos são semanais, inclusive com o acompanhamento junto às famílias, onde são realizadas visitas in loco, conversando com os familiares para saber como está a criança, o que estão achando do acompanhamento e o que necessita.

As avaliações das atividades realizadas para as crianças são feitas mensalmente, analisando o avanço da criança e o que precisa melhorar.