942467-fazenda_banco central-12O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira, 5, que a evolução da economia brasileira vai depender da velocidade da resposta da economia de modo geral. “Vínhamos em um processo de desaceleração e é evidente que aquilo estava esgotando um pouco a capacidade de reação. Vamos dar espaço para respirar”.

A economia brasileira, observou, tem muita resiliência. “Não acredito em parada brusca. Vamos ter reequilíbrio”, afirmou em sua primeira entrevista coletiva à imprensa, concedida após a cerimônia de transmissão de cargo.

O novo titular da pasta reforçou o que disse em seu discurso no Banco Central quanto à necessidade de promover um ajuste fiscal e controlar os gastos públicos. Citou as recentes medidas anunciadas para melhorar o perfil das despesas, como as mudanças no pagamento do seguro-desemprego e das pensões.

“São ajustes importantes que vão trazer não só economia, mas serão também favoráveis à própria dinâmica do mercado de trabalho”, completou.

Joaquim Levy acrescentou que eventualmente poderão ser feitos ajustes na receita de forma a gerar poupança e apontar na direção dos investimentos, porém o foco será no controle de gastos. “”O ajuste essencial para a economia funcionar bem é ter um controle das despesas públicas de tal maneira que não sejamos forçados a aumentar a carga tributária de forma sistemática”,” apontou.

Na visão do ministro, só é possível estabilizar a carga tributária na medida em que o gasto público tiver uma trajetória confortável e que facilite o crescimento da economia. ““A nossa estratégia vai ser sempre a parte do ajuste fiscal e medidas que deem flexibilidade e agilidade à economia dando confiança para os investidores””.

Ele acrescentou que a confiança na situação fiscal tem impacto no custo do financiamento da dívida pública, já que os juros de longo prazo tendem a cair quando há credibilidade na política econômica. Além disso, afirmou Levy, a harmonização da tributação e dos mecanismos de investimentos facilita a diversificação da base de investidores.

Em fala alinhada com o discurso da presidenta Dilma Rousseff, Levy voltou a defender o fim do sistema patrimonialista. ““O Brasil tem maturidade para mais empresas tomarem risco. Quando você acha que todo mundo tem chance, todo mundo entra no jogo””, disse.