Um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) — doença conhecida como mal da vaca louca — no Pará, que foi confirmado por autoridades sanitárias brasileiras, travou o mercado do boi gordo e deixou frigoríficos no Brasil em compasso de espera, com abates suspensos em diversas regiões do país.

O Ministério da Agricultura confirmou na noite de ontem (22) que as exportações de carne bovina do Brasil para a China estariam suspensas temporariamente a partir desta quinta-feira (23).

A suspensão em caso de confirmações de EEB faz parte de um protocolo sanitário oficial ratificado por Brasil e China.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tudo indica que este é um caso isolado e que não há risco de contaminação para o rebanho ou para humanos.

O animal foi abatido e incinerado, e amostras foram enviadas para o laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em francês), no Canadá, que vai confirmar a origem da doença.

Fávaro recebeu nesta quinta-feira (23) o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, após o governo anunciar a suspensão da exportação de carne bovina para o país asiático.

“Estamos trabalhando com total transparência e agilidade nas informações sobre o caso de EEB no Brasil e trataremos todos os nossos parceiros comerciais com máximo respeito”, disse o perfil do ministro nas redes sociais.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina para a China, que detém 42% de participação nesse mercado, à frente de Argentina (18,5%), Uruguai (13,5%) e EUA (6,1%).

Em 2022, de acordo com dados da Embaixada do Brasil na China, as importações de carne bovina cresceram 63% em valor quando comparadas a 2021.

Abates no país todo estão sendo suspensos desde a suspeita da doença. As boiadas que estavam agendadas saíram da programação. Os contratos do boi gordo no mercado futuro, cotados na bolsa de valores B3, tiveram uma queda agressiva, precificando o problema.

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