Jakelyne Monteiro e Mara Nascimento – Ascom/Seagro – Palmas, 08 de outubro de 2014.

20697-juliano-ribeiroPreservar florestas e reduzir as taxas de emissões de gases do efeito estufa foram os principais temas discutidos nesta quarta-feira, dia 08, durante o curso sobre REDD + Mercado de Carbono e Estudos de Caso, no auditório da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagro). A iniciativa é uma parceria do Instituto Ecológica, com o apoio da Seagro, da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task force) e da empresa Sustainable Carbon.  

O conceito de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e a degradação florestal. “Embora a queima de combustíveis fósseis seja a principal responsável pelas emissões de gases estufa, a forma mais rápida e barata de combater a mudança climática é deter o desmatamento de florestas”, explica a coordenadora de projetos da Seagro, Eliana Pareja.

Ainda de acordo com Eliana, isso se deve ao fato de que o REDD é um mecanismo que compensa financeiramente as propriedades que possuem área de conservação ambiental. Para proporcionar o desenvolvimento sustentável, mas com baixas emissões de carbono, redução de desmatamento e uso da terra. “As propriedades não precisam passar por grandes transformações, para desenvolver um projeto de REDD, basta ter áreas de vegetação nativa conservada”, esclarece a coordenadora.

Durante a abertura do evento, o secretário executivo da Agricultura e Pecuária, Ruiter Padua, comentou a importância de se discutir esse tema para incrementar a renda do produtor. “É de grande utilidade tanto para a iniciativa privada como para nós, o Governo do Estado entender sobre REDD para melhorar a renda do homem do campo de forma sustentável”, declarou o secretário.

A palestra “Mudanças Climáticas e Sustentabilidade” abriu o curso, que foi ministrado pelo engenheiro agrônomo e consultor da empresa Sustainable Carbon, Marcelo Haddad. Ao longo do dia, o engenheiro esclareceu algumas questões sobre as vantagens sociais da sustentabilidade e as consequências do aquecimento global. “Entre uma das muitas consequências do aquecimento, podemos citar a mudança do ciclo das chuvas, que prejudica a nossa produção agrícola”, disse Haddad.

No período da tarde, Haddad pontuou os tipos de projetos de carbono e os passos necessários para que os mesmos sejam viáveis. Os participantes também estão aprendendo a fazer os cálculos sobre o crédito de carbono.

Para o estudante do 8º período do curso de engenharia agrícola, Rafael Coelho Barros, o interesse sobre este assunto é inerente à sua área de estudo. “Conhecer como funciona o REDD é algo necessário para nós, pois abrange temas importantes da engenharia agrícola”, afirmou o estudante.    

Continuação

O evento tem continuidade nesta quinta-feira, dia 09, a partir das 8 horas com temas que abordam REDD e as suas implicações sociais e biodiversidade, indicadores de monitoramento socioambientais para os projetos de REDD, e segue até sexta-feira, dia 10, falando das políticas públicas de REDD no Brasil, Estudos de caso, e a apresentação da Tese de doutorado: Estoque de carbono do cerrado no município de Palmas.

Tocantins

No Estado, o programa de REDD já está em fase de formatação e análise. “Nosso estado tem grande vocação para projetos de REDD devido a grande quantidade de terras que ainda não foram desmatadas. Aqui podemos desenvolver projetos ligados à criação de gado de corte. Podemos manter a nossa vegetação e ao mesmo tempo intensificar a pecuária de corte”, finaliza Eliana.