downloadO ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Oldemiro Baloi, defendeu hoje (23), durante discurso na Conferência Ásia-África, em Jacarta, que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve sofrer uma reforma para se adaptar ao mundo moderno.

Perante os 105 representantes de países africanos e asiáticos, o chefe da diplomacia moçambicana considerou que este ano, no qual se assinala o 70º aniversário da ONU, é tempo de ampliar o Conselho de Segurança e torná-lo mais representativo.

“Os métodos de trabalho do Conselho de Segurança devem ser alvo de uma reforma, para este organismo se adaptar ao mundo moderno”, reforçou.

O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, sendo cinco permanentes e com poder de veto – Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China – e os demais eleitos para mandatos de dois anos. Os países asiáticos e africanos reunidos em Jacarta querem alterar as regras.

Oldemiro Baloi considerou que os princípios que marcaram a Conferência de Bandung em 1955 – a luta contra o domínio das principais potências mundiais e a defesa da independência, da paz e da prosperidade econômica nas duas regiões – são ainda atuais.

Neste sentido, elogiou a declaração de apoio à independência da Palestina, que deve ser hoje aprovada pelos líderes presentes no encontro, frisando que tal ato representa uma “mensagem clara do apoio inequívoco” do grupo à causa da autodeterminação do Saara Ocidental.

“Estamos agora confrontados com desafios complexos para alcançar o crescimento econômico, o desenvolvimento social, como a paz e a estabilidade”, alertou, defendendo um reforço da Cooperação Sul-Sul.

O líder moçambicano defendeu que a Ásia e a África devem ter um papel mais importante na procura de soluções sustentáveis para os desafios globais e elogiou a ideia da Indonésia de criar um Centro Ásia-África e um fórum empresarial que una os dois continentes.

“Os investimentos diretos estrangeiros e maior acesso ao mercado para os países africanos é de extrema importância” para apoiar o desenvolvimento socioeconômico e “criar um ambiente propício para a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável,” disse.

Baloi ressaltou que o “mecanismo financeiro para infraestruturas e setores da agricultura constitui um desafio para os nossos esforços de desenvolvimento”, sendo, por isso, necessário “identificar fontes de financiamento alternativas para desenvolver o Sul”.

O chefe da diplomacia defendeu um aumento da transferência de tecnologia entre os países.

Além dos países asiáticos e africanos, representações de 15 nações, na qualidade de observadores, e de 17 organizações internacionais participam da conferência, que também lembra o 10º aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África.