A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) recebeu nesta segunda-feira, 11, um grupo de ambientalistas das Organizações Não Governamentais (ONGs) WWF Brasil, Greenpeace, The Nature Conservancy (TNC), IMAFLORA, Earth Inovation e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que iniciou nesta segunda uma visita de doze dias pelo Tocantins. A iniciativa é uma ação do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), mais especificamente do GT Cerrado, que pretende estudar o processo de expansão produtiva da soja e sua relação com o desmatamento do bioma Cerrado, que ocupa 91% do Tocantins.

A reunião na Semarh contou com a participação de outros órgãos estaduais como o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Secretaria de Estado da Agricultura e da Pecuária (Seagro), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), e teve como objetivo, além da apresentação da motivação do trabalho do GT Cerrado, a realização de um debate sobre a realidade do Tocantins, com explanação sobre as leis e estratégias do Estado, e os desafios a serem enfrentados para o sucesso da implantação de um mecanismo no estado similar ao realizado na Amazônia.

Apresentado pelo grupo, o caso da Moratória da Soja no bioma Amazônia trouxe resultados positivos no que diz respeito ao impacto da expansão da soja sobre a floresta amazônica. O monitoramento demonstra que, na última década, desde a implantação da Moratória, menos de um por cento de toda a soja cultivada na Amazônia teve origem em áreas desmatadas, mesmo com o aumento da produção.

A secretária do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, Meire Carreira, destacou o grande desafio que é conciliar o desenvolvimento da atividade produtiva com a sustentabilidade. “Trazer o modelo da Moratória da Soja para o Cerrado e para o Tocantins seria uma forma de apoiar quem está trabalhando com a intenção de desenvolver uma cadeia sustentável e de descredenciar quem contribui para o avanço do desmatamento”, pontuou.

Durante a passagem pelo Tocantins, que deve abranger cerca de oito municípios, o grupo pretende conversar com os atores da cadeia produtiva da soja e entender o processo de expansão no estado para posteriormente, com base nessas e em outras informações levantadas, realizar um fórum multissetorial com objetivo de construir uma agenda que concilie oportunidades econômicas com conservação.

Moratória da Soja

O pacto entre setor produtivo, governo e sociedade civil para evitar a comercialização da soja proveniente de áreas desmatadas foi uma resposta ao questionamento de grupos ambientalistas e do mercado internacional preocupados com o impacto da expansão da soja sobre a floresta amazônica e conta com a participação, além das ONGs; do Ministério do Meio Ambiente; do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; do Banco do Brasil e do Grupo Carrefour.

Camila Mitye / Governo do Tocantins