A secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), professora Wanessa Zavarese Sechim, está em Brasília nesta quarta-feira, 27, participando das discussões do Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental no Brasil. O encontro visa debater as políticas públicas que possam favorecer a transição dos anos finais do ensino fundamental para o ensino médio e como os sistemas educacionais podem garantir uma aprendizagem equitativa.

Na pauta do evento, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Banco Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Inspirare, está a realização de mesas e rodadas de debates com compartilhamento de resultados, painéis, palestras, além de apresentações de experiências nacionais e internacionais bem-sucedidas.

De acordo com a gestora da Seduc, a intenção do seminário é elaborar políticas públicas específicas para esta etapa do ensino, formada, geralmente, por adolescentes e que tem um alto índice de abandono no País. “No Brasil, discute-se muito a alfabetização, a educação infantil e o ensino médio, já o ensino fundamental anos finais é tratado como ‘o filho do meio’, ficando esquecido. A expectativa para esse seminário internacional é que nós, secretários de Educação, possamos socializar essas boas experiências, discutir e provocar a elaboração de políticas públicas para as séries finais que têm também uma aprendizagem baixa. Precisamos investir em formação de professores, em material didático, e estudar as formas adequadas de como trabalhar com adolescentes nesse século 21”, frisou a professora Wanessa Sechim.

A rede estadual de ensino do Tocantins tem 73.829 estudantes matriculados nas séries finais do ensino fundamental, atendidos por 4.326 professores. Em 2016, a taxa de aprovação dos anos finais foi de 82,4 %, enquanto a reprovação foi de 14,3%. O abandono foi de 3,3 do total de alunos matriculados.

No Tocantins, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desta etapa do ensino apresentou um tímido aumento de 3,7, em 2013, para 3,8 em 2015. A meta do Plano Estadual de Educação é atingir 4,9 neste ano de 2017.

Durante o encontro, a gestora destacou dois momentos críticos vividos pelos alunos dos anos finais. “Quando entra no sexto ano tudo muda: o número de professores, um para cada disciplina e com metodologias diferentes; a carga horária, enfim, é um mundo diferente dos anos iniciais. É uma dificuldade para esses estudantes a desvinculação, a descontinuidade, a desintegração entre o currículo, entre os conteúdos. Depois, outro momento embaraçoso para eles é quando vão sair do ensino fundamental para o médio, e não se sentem preparados para essa mudança. É preciso primeiro definir que ensino médio queremos, para depois saber que aluno devemos preparar nos anos finais. Isso dará mais segurança e tranquilidade para o aluno adolescente”, ponderou Wanessa Sechim.

Participações

Participaram da abertura do Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental no Brasil, Rossieli Soares da Silva, secretário de Educação Básica do MEC; Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação  (Undime) e secretário municipal de Educação de Alto Santo (CE); Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil; e Martin Raiser, diretor do Banco Mundial para o Brasil.

Núbia Daiana Mota /Governo do Tocantins