quinta-feira, outubro 16, 2025

Mais de 80 organizações pedem que Brasil rompa relações com Israel

Um manifesto com mais de 80 assinaturas de organizações da sociedade civil e de ativistas políticos pede ao governo brasileiro medidas mais enérgicas em relação à Israel como forma de sanção pelos ataques à Faixa de Gaza. O documento, protocolado no escritório da Presidência da República em São Paulo no dia 25, é encabeçado pelo movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) e pede o rompimento imediato das relações militares, comerciais e diplomáticas com Israel. As entidades cobram também o fim do Acordo de Livre Comércio do Mercosul com o país e de contratos com empresas israelenses.

No texto, as entidades lembram que os ataques iniciados por Israel no início deste mês já resultaram na morte de mais de 600 palestinos (o número já passa de mil), sendo a maioria civis, 3 mil feridos e 40 mil desabrigados. “É imperativo, nesse sentido, isolar militar, econômica e politicamente Israel. Não se trata apenas de um dever moral do Estado brasileiro, mas também de uma obrigação jurídica”, assinala o manifesto.

As organizações que assinam o documento destacam que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) considerou ilegal a construção de um muro por Israel na Cisjordânia. O manifesto lembra ainda o apelo internacional de ganhadores do Nobel da Paz e acadêmicos para que os países assumam um embargo militar a Israel.

“Na contramão disto, lamentavelmente, o Brasil permanece o quarto maior importador de tecnologia militar israelense no mundo”, criticam os signatários. Um dos contratos, segundo o manifesto, é mantido com a Elbit Systems, através de subsidiárias. A empresa israelense é responsável pela construção de veículos aéreos não tripulados que são usados nos ataques à Gaza. Além disso, é uma das 12 companhias envolvidas na construção do “muro do apartheid”, de acordo com o manifesto. Para as entidades, os palestinos se tornaram “verdadeiros laboratórios humanos das armas vendidas depois para o Brasil e o mundo”.

Em relação ao Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e Israel, as organizações lembram que ele já foi suspenso temporariamente em julho de 2006, quando ocorreu o ataque israelense ao Líbano e à Gaza. Elas pedem, portanto, a suspensão do acordo por tempo indeterminado ou até que o país cumpra as leis internacionais. Por fim, as entidades pedem a condenação pública das prisões políticas, do tratamento desumano aos prisioneiros e a libertação imediata de todos os presos políticos palestinos.

 

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil Edição: Luana Lourença

Últimas notícias

Presidente da Aleto encaminha PCCR da Educação para a CCJ

O presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), deputado...

Produtor é multado em R$ 500 mil por desmatamento de quase 100 hectares em Palmeiras

Um proprietário rural foi autuado por desmatar quase 100...

Seis em cada dez brasileiros afirmam nunca ter desmatado, revela pesquisa nacional

Uma pesquisa recente sobre consciência ambiental revelou que 60%...

MPTO recomenda regularização dos serviços de radiologia do Hospital Regional de Gurupi

O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da...

Oposição aponta influência de Irajá em demissões no Estado e diz que “vontade do povo não está prevalecendo”

A oposição ao governo Laurez Moreira tem acompanhado com...

Artigos Relacionados

Categorias populares