A primeira audiência do processo da Operação Reis do Gado, que investiga supostas fraudes em licitações e lavagem de dinheiro no Tocantins, foi marcada pela Justiça Federal de Palmas para o dia 13 de abril. O juiz federal João Paulo Abe vai ouvir, ao longo de três dias, 49 testemunhas e os oito réus. Entre os acusados, estão o ex-governador Marcelo Miranda (MDB), o pai e o irmão dele.

Tanto o político quanto o irmão, Brito Júnior, estão presos em Palmas. Os dois foram detidos em setembro de 2019 durante a Operação 12º Trabalho, um desdobramento da Reis do Gado. O pai dos dois, José Edmar de Brito Miranda, responde em liberdade em função da idade avançada e do estado de saúde.

O Ministério Público Federal afirma que eles montaram um esquema criminoso que pode ter desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos do estado. O processo em questão não abrange todas as acusações e é referente apenas a supostos crimes cometidos entre 2003 e 2012. A operação recebeu este nome porque parte do dinheiro teria sido lavado através da compra de gado.

A defesa da família Miranda disse que considera a realização da audiência um ‘rito normal’ e que a instrução processual está começando. Nesta semana, o advogado apresentou um novo pedido de liberdade para os irmãos alegando que eles já estão presos há mais de 100 dias sem que haja fatos novos no processo.

A previsão é que o ex-governado, o pai e o irmão sejam ouvidos apenas no último dia da audiência de instrução, 15 de abril. Como o processo envolve testemunhas em quatro estados, parte dos interrogatórios serão por videoconferência. Pelo planejamento, o primeiro dia será dedicado a ouvir as testemunhas de acusação, o segundo para as testemunhas de defesa e só no último dia os réus.

A Reis do Gado foi deflagrada pela Polícia Federal em 2016, quando Miranda ainda era governador do Tocantins. Ele foi cassado em 2018 em função de outro processo, esse na Justiça Eleitoral.

Fonte G1 Tocantins