quinta-feira, setembro 4, 2025

Governo estuda utilização do capim elefante para produção de energia limpa e renovável no Tocantins

O Tocantins é um estado que não para de investir em energia limpa e renovável e, agora, está estudando a utilização do capim elefante em substituição ao uso de madeira em fornalhas. A ação faz parte de uma parceria entre o governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que cedeu as mudas do capim.

Os estudos começaram no mês de maio, no Centro Agrotecnológico de Palmas, com a análise de 60 mudas. O experimento vai avaliar a adaptação do capim ao clima e ao solo do Tocantins, o ciclo de crescimento vegetativo, produtividade, manejo e uso da tecnologia aplicada para a produção da biomassa renovável.

A previsão é que em agosto aconteça a primeira replicagem das plantas estendendo a área plantada para meio hectare. Em dezembro serão dois hectares de capim plantados e o governo vai iniciar o cultivo em outras regiões do Estado e distribuição para agricultores interessados.

Segundo o supervisor de Florestas Plantadas da Seagro, Equisley Máximo, a ideia é substituir parte da madeira queimada em cerâmicas e nas indústrias que usam a madeira como matéria prima nas fornalhas, pela biomassa do capim elefante, diminuindo assim o desmatamento. “O capim elefante também pode ser conduzido dentro da agricultura familiar. Se os agricultores plantarem, tem empresas para comprar”, acrescentou.

Benefícios

Além da possibilidade de criação de energia renovável e fonte de renda para os agricultores familiares, a Seagro aponta que o capim elefante também é um excelente auxiliar na diminuição dos gases de efeito estufa, pois absorve altas taxas de CO2 (dióxido de carbono) liberados na atmosfera.

A planta necessita de pequenas áreas de terra para o seu plantio, possui ciclo produtivo rápido e tudo nela é aproveitado, desde os colmos (tipo de caule) até as suas folhas. Além disso, possui metabolismo C4, o que significa melhor absorção da luz solar, gerando maior produção de fontes energéticas durante o seu processo de fotossíntese.

Termoelétrica e Eucalipto

O supervisor da Seagro ainda destaca que está sendo estudado a possibilidade de instalação de uma indústria termoelétrica no Estado, através da utilização do capim elefante e do eucalipto. “Com a validação dos resultados, já tem uma empresa que quer montar uma termoelétrica no Tocantins”, informou o supervisor.

O eucalipto já é uma planta adaptada ao clima e solo do Estado. O governo fez um mapeamento das áreas plantadas em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e verificou a existência de 83 mil hectares de floresta plantada em 2011. Os dados oficiais de 2013 ainda não foram divulgados, mas estima-se que seja em torno de 137 mil hectares de floresta.

Jéssica Lane

 

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