O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, não revelou quem será o substituto de Neymar no jogo de amanhã (8) contra a Alemanha, no Estádio Mineirão, pela semifinal da Copa do Mundo. Neymar está fora da Copa por causa de uma lesão na terceira vértebra lombar, sofrida no jogo contra a Colômbia, pelas quartas de final da competição.
Em entrevista coletiva concedida na tarde de hoje (7) no estádio, em Belo Horizonte, o técnico manteve segredo sobre a escalação do Brasil para o jogo. Para a vaga do zagueiro Thiago Silva, que não jogará porque está suspenso, Scolari também não revelou quem será o substituto. “Já tenho [o time formado], mas não [vou revelar qual é]”, disse Felipão aos jornalistas, que insistiram na pergunta. Thiago Silva, que também foi perguntado sobre seu substituto, desconversou e disse não saber “nada” sobre esse assunto.
Sobre a ausência de Neymar, Felipão disse que a “fase de ficarem tristes” já terminou. “O Neymar, ao nos deixar, deixou muito dele conosco e levou muito de nós com ele. Já terminamos essa fase [de tristeza] desde o momento em que sabíamos que não podíamos mais ter o Neymar. As manifestações e o jeito de falar fez os jogadores entenderem que a parte dele, ele [Neymar] havia feito. Agora é a nossa parte que temos que fazer. Esse é um jogo importantíssimo e que pode nos levar à final. Vamos jogar não só por nós, mas por nosso país, e também um pouco de cada um de nós pelo Neymar”.
Felipão disse a Alemanha, adversária de amanhã, é uma equipe equilibrada em todos os setores. “Eles vêm há seis anos sendo organizados para essa Copa. Vamos respeitá-la, para, respeitando-a, nos impor como equipe”, disse.
O técnico não revelou qual será a “receita” para vencer os alemães, mas disse que a seleção brasileira deve “causar algumas dificuldades” durante o jogo, principalmente por causa dos detalhes sobre a seleção alemã que lhe foram passados pelos ex-jogadores Gallo e Roque Junior, integrantes da comissão técnica brasileira que acompanharam todos os jogos da Alemanha na Copa.
“Temos um padrão e vamos tentar imprimir nosso padrão de jogo”, disse o treinador brasileiro, que lembrou que tem um retrospecto negativo contra a Alemanha: venceu a final da Copa de 2002 dirigindo a seleção brasileira, mas perdeu em duas oportunidades comandando a seleção portuguesa. “Contabilizo duas derrotas e uma vitória. Para igualar, preciso vencer amanhã”, brincou ele.
Durante a coletiva, Felipão brincou também com a pergunta feita por uma jornalista alemã dizendo que o técnico alemão, Joachim Löw, sofre muitas críticas no país. “Não é só na Alemanha que criticam o técnico. Eu também não sou apropriado para a Copa. Não se preocupe, é tudo igual”.
Sobre sua ausência no jogo de amanhã, Thiago Silva disse que vai ser “difícil e complicado”, mas que tem certeza de que “sua missão ainda não acabou dentro da competição”. Para ele, sua ausência e a de Neymar vão fortalecer o grupo, o que será o grande diferencial para o jogo de amanhã. “O diferencial será o grupo. Há jogadores de qualidade dos dois lados. Brasil e Alemanha é sempre muito disputado. É um clássico do futebol. Estou tranquilo que todo jogador do Brasil estará bem tranquilo para fazer boa decisão amanhã. O diferencial será o meu coração que estará dentro de campo”, disse o jogador.
A seleção viajou para Belo Horizonte em um avião estampado com uma homenagem à Neymar. A aeronave recebeu um adesivo com a mensagem “#éToiss”, usada habitualmente pelo camisa 10 da seleção em brincadeiras com os amigos, numa paródia à expressão “é nóis”.