Muitos analistas referem que o Estado Islâmico dispõe hoje de recursos humanos consideráveis: em junho ele tinha, segundo diversas estimativas, cerca de 4 mil combatentes mas, apenas dois meses depois, eles já são cerca de 50 mil. O rendimento diário do Estado Islâmico, proveniente das vendas de petróleo as preços muito baixos, é na ordem de dois milhões de dólares.
O Estado Islâmico já não é simplesmente uma organização TERRORISTA. Ele declara que representa todos os muçulmanos no mundo e que tenciona se alargar para fora do Oriente Médio. O cientista político Stanislav Tarasov indica que o próximo objetivo dos islamitas é a Transcaucásia:
“Reparem, por exemplo, na Armênia. Esse país se encontra muito próximo da origem da tensão do Oriente Médio: apenas a 500-600 quilômetros das regiões onde decorrem combates. Surge a questão de como irá agir em seguida o Estado Islâmico, em que direção? Ele está combatendo na Síria e no Iraque. Potencialmente isso poderá envolver a Turquia. Pelo menos a OTAN não o exclui. Os islamitas poderão começar se deslocando para oriente.”
Muitos analistas tendem a considerar que o Estado Islâmico também representa uma séria ameaça para os países da Ásia Central. O orientalista Said Gafurov comenta:
“Infelizmente, as forças armadas do Tajiquistão, do Uzbequistão e do Turquemenistão não estão, provavelmente, em condições de fazer frente à infantaria do Estado Islâmico. Esta é agora claramente a melhor infantaria do mundo.
“Ela aprendeu a combater, inclusivamente debaixo de ataques aéreos, adquiriu uma enorme experiência de combate e passou por uma consolidação debaixo de fogo. Por enquanto os islamitas são travados pelo fator geográfico. Afinal a Ásia Central ainda é bastante longe.
“Provavelmente o Estado Islâmico planejava uma ofensiva contra Bagdá. Mas, depois da intervenção das companhias petrolíferas ocidentais, esses planos mudaram. O Estado Islâmico se desloca noutra direção – criando inclusivamente uma ameaça à Rússia.”
A maioria dos analistas concorda que o centro de instabilidade na Ásia é o Afeganistão. O verdadeiro fracasso dos norte-americanos nesse país apenas estimula o Taliban a se expandir para norte. Numa situação dessas, a unidade com os fundamentalistas do Oriente Médio é completamente admissível. Se ele se tornar uma realidade, toda a região ficará em fogo, diz Said Gafurov:
“Não é preciso cair numa euforia e pensar que apenas o Tajiquistão e o Uzbequistão terão problemas. Os islamitas têm apoios na enorme área que é a Ásia Central. A probabilidade de o Taliban encontrar uma linguagem comum com o Estado Islâmico é muito elevada. Estou convencido que eles já estão negociando.”
Temos de referir que a situação na Ásia Central está relacionada com a configuração das relações entre a Rússia e os EUA. Aqui é necessário agir em conjunto, apesar de todas as divergências. Se os islamitas conseguirem atear na Ásia Central o fogo da jihad, esse fogo será sentido tanto no continente europeu, como no continente americano.
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