Os países em vias de desenvolvimento devem unir-se face aos novos desafios, considera Feng Shaolei, conhecido politólogo chinês.

O vice-presidente da Sociedade de Xangai de Estudos Estratégicos Internacionais deu, na véspera da cúpula dos BRICS, uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia. O encontro dos dirigentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul realiza-se a 15 de julho na cidade brasileira de Fortaleza:

“Os BRICS encontram-se hoje perante sérios desafios. No ano passado, a economia dos países BRICS não cresceu tão rapidamente como antes. Hoje, os países em desenvolvimento enfrentam um problema comum: a saída de capitais.

Outro momento sério é a crise ucraniana e as sanções a ela ligadas, decretadas pelo Ocidente em relação à Rússia. Nesta situação, os países BRICS devem reforçar ainda mais a sua união e a cúpula no Brasil é um encontro muito importante para o posterior desenvolvimento da interação no quadro deste grupo.

Consideramos que os BRICS não são apenas um novo formato para a reforma do sistema financeiro internacional, mas também, num plano mais amplo, um palco de discussão dos possíveis vetores de cooperação na nova situação econômica. É também uma plataforma política para a construção de uma nova ordem internacional.

Parece-me que a tendência para o reforço da interação dos países BRICS continuará. Não considero que a crise ucraniana influa de alguma forma nesse processo. Os países em desenvolvimento devem lutar incessantemente pela reforma do sistema financeiro internacional. Penso que, a longo prazo, isso tornar-se-á numa plataforma para o posterior desenvolvimentos dos países BRICS”.
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