O corpo do promotor federal argentino Alberto Nisman, que na semana passado tinha acusado vários altos cargos do governo da Argentina, inclusive a presidente Cristina Fernández de Kirchner, de encobrimento de terroristas, foi achado morto na madrugada desta segunda-feira na sua casa.
Segundo a agência Télam, o cadáver foi achado no banheiro do apartamento de Nisman pela Polícia Federal Argentina e especialistas do Tribunal de Instrução.
Por volta da meia-noite, a polícia recebeu um telefonema dos vizinhos do promotor, que informaram sobre um “incidente”. Logo, foi organizado um grupo especial para inspecionar a torre Le Parc, situada em um bairro de Buenos Aires, domicílio de Alberto Nisman. Às 3h30 do horário local, foi confirmada a sua morte.
Autoridades argentinas acusadas de encobrimento de terroristas
Em 14 de janeiro, Alberto Nisman tinha acusado publicamente a presidente argentina e o seu ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, de “decidir, negociar e organizar a impunidade dos fugitivos iranianos”. Trata-se do caso penal do atentado contra a Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994. Segundo Nisman, responsável por este caso, o governo argentino teria proposto, quase clandestinamente, ao Irã “grãos e carne” em troca de contratos comerciais.
Em 2012, foi acordada a criação de uma Comissão da Verdade argentino-iraniana com o objetivo de investigação do ataque à AMIA. Porém, as conclusões só foram tormadas públicas no início de 2013.
Hoje, Alberto Nisman devia comparecer perante o Congresso da Argentina para explicar a sua denúncia.
http://portuguese.ruvr.ru/