No mês em que o Tocantins completa seus 36 anos de existência, a jornalista e assessora institucional da Secretaria da Cultura (Secult) Aurielly Painkow lança nesta quinta-feira, 10, pela Aya Editora, seu livro digital “A narrativa autonomista do norte goiano no jornal Ecos do Tocantins 1951 – 1961”. A obra independente foi tema de sua dissertação de mestrado em Comunicação e Sociedade, realizada na Universidade Federal do Tocantins (UFT) entre os anos de 2019 e 2021.
A autora narra a importância histórica da imprensa tocantina e de personagens da comunicação que militaram pela emancipação política do antigo norte goiano. O enredo se atentou especificamente ao jornal impresso Ecos do Tocantins, criado e rodado na antiga Vila de Piaus, na época Goiás, hoje Pium, na década de 1950, pelo jornalista Trajano Coelho Neto.
O trabalho, que analisa a participação do Ecos do Tocantins, com veiculação de 1951 a 1961, e sua produção narrativa em prol da autonomia do Estado, apurou ainda evidências da atuação do veículo como defensor da emancipação política dos municípios da região. “O Ecos também foi protagonista na divulgação dos sentimentos, necessidades e notícias sobre a divisão de Goiás, dando voz à narrativa autonomista do Tocantins. Tudo isso pode ser lido e visto em imagens do jornal utilizadas para enriquecer a obra”, explica Aurielly.
Ainda segundo a autora, a principal engrenagem da pesquisa que culminou na publicação do livro digital foi a imprensa, que atuou como um personagem central ecoando ideias emancipacionistas e desempenhando um papel ativo na luta pela autonomia política do Norte de Goiás, pautando o desejo pela criação do Tocantins. “O Estado já possui uma rica historiografia crítica sobre os movimentos políticos existentes ao longo de séculos, mas existe uma carência de estudos que colocam a imprensa e os veículos impressos como agentes de atuação da história dos movimentos da luta autonomista, então acredito que seja essa a originalidade do trabalho lançado”, diz a jornalista.
Aurielly conta também que o jornalista Trajano Coelho Neto, proprietário do veículo, em seu primeiro editorial deixou claro que Ecos do Tocantins nasceu de fato predestinado a contribuir com a bandeira desenvolvimentista de um território abandonado à própria sorte, como também com as ideias de luta pela divisão de Goiás e criação do Tocantins.
Para o secretário da Cultura Tião Pinheiro, trata-se de um trabalho valioso para registro do trabalho da imprensa na luta pela emancipação do antigo Norte goiano e criação do Tocantins. “Sonho e luta de tantos, a autonomia do Norte goiano é uma história de muitos personagens e o papel da imprensa foi muito importante. Esse livro que resulta de dissertação de Mestrado da jornalista Aurielly Painkow em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) contribui com mais luz acerca desse tema”, comenta.
O link de acesso ao livro estará disponível a partir da 00h00, neste link.
Autora
Natural de Cristalândia (TO), Aurielly Painkow é mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (PPGCom/UFT) e bacharel em Comunicação Social (habilitação Jornalismo) pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins-2002). Atualmente é servidora pública na Secretaria da Cultura do Estado do Tocantins e discente do curso de Psicologia (Ceulp-Ulbra). Como pesquisadora, atua principalmente nos seguintes temas: imprensa regional, história da imprensa e jornalismo autonomista.
Documentário
Além do livro digital, junto ao lançamento os interessados podem assistir ao documentário “Eco dos Esquecidos”, produzido pela jornalista Ana Carolina Monteiro, também servidora da Secretaria da Cultura, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). O trabalho, que teve como base a pesquisa de Aurielly Painkow, foi orientado pelo professor Dr. Carlos F. M. Franco e produzido em parceria com o canal Idearte Audiovisual. O curta traz entrevistas com moradores de Cristalândia, muitos dos quais conheciam a história de Trajano Coelho Neto. Entre os entrevistados está o próprio neto de Trajano, Trajano Coelho Neto II, que faleceu em 2023, aos 64 anos.
por Ascom Secult/Governo do Tocantins