quinta-feira, setembro 4, 2025

Relatório do DNIT de 2019 alertava sobre as condições ruins da ponte entre TO e MA, que desabou no domingo

Relatórios do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já indicavam, desde 2019, que a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), estava em estado “ruim” de conservação. A estrutura, que desabou no último domingo (22), causando ao menos duas mortes e deixando 15 desaparecidos, era classificada com nota 2 no Índice de Condição de Manutenção, onde 1 é o estado mais crítico e 5 o mais satisfatório.

Os dados, divulgados pela Folha, apontam que o relatório de manutenção rodoviária do Dnit incluía a ponte na categoria “amarela”. Essa classificação indicava problemas estruturais e funcionais que demandavam atenção prioritária, como fissuras, danos em pilares e desgaste em sistemas de drenagem. Apesar das evidências de vulnerabilidade, não há registros de intervenções significativas para corrigir essas falhas.

O mesmo relatório consolidado pela Coordenação Geral de Planejamento e Pesquisa do Dnit, com dados de maio de 2023, revelou que das 121 pontes federais no Tocantins, dez estavam em estado “ruim”, enquanto duas eram consideradas “péssimas”. A maioria (57) foi avaliada como “boa”, e outras 46 estavam em condição “regular”.

A ponte Juscelino Kubitschek, construída há mais de 60 anos, era um ponto estratégico na BR-226, conectando o Maranhão ao Tocantins e integrando rotas importantes como a Transamazônica (BR-230). Além disso, a proximidade com a Ponte Ferroviária do Estreito, na Ferrovia Norte-Sul, e a hidrelétrica de Estreito reforça sua relevância para a infraestrutura regional.

Denúncias antes do desabamento

Vídeos gravados por moradores e políticos, que circulam nas redes sociais, denunciavam a precariedade da estrutura. Minutos antes do colapso, o vereador Elias Cabral Júnior (Republicanos), de Aguiarnópolis, registrou a ponte em vídeo, alertando para o risco iminente. “Essa ponte já tem mais de 60 anos de existência e, como vocês podem ver, já não está mais suportando o grande fluxo de veículos que passam por aqui”, afirmou ele, momentos antes da tragédia.

O Dnit ainda não se manifestou oficialmente sobre o relatório de 2019 nem sobre eventuais ações preventivas tomadas desde então. O ministro dos Transportes, Renan Filho, declarou à Folha de S.Paulo que uma sindicância será instaurada para apurar as causas e identificar responsabilidades pelo colapso. “Tomaremos todas as medidas cabíveis para esclarecer essa tragédia”, afirmou o ministro.

Fonte 247

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