
Tocantinópolis, no extremo norte do Tocantins, adotou uma medida importante para preservar a infraestrutura viária da cidade. A partir deste domingo (26), caminhões com peso bruto acima de 25 toneladas estão proibidos de circular pelo perímetro urbano do município. A decisão foi oficializada por meio do Decreto 02/2025, publicado no Diário Oficial na última sexta-feira (24).
A medida ocorre em meio ao aumento do tráfego pesado na região, decorrente do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectava o Tocantins ao Maranhão. Sem a ponte, a balsa que liga Tocantinópolis a Porto Franco (MA) tornou-se uma das principais alternativas para desvio de rota.
Na manhã deste domingo, dois caminhões acima do peso permitido ficaram retidos após cruzarem a balsa de Porto Franco para Tocantinópolis. Horas depois, os veículos foram liberados em acordo entre a Prefeitura, a Polícia Militar e a empresa responsável pela balsa, Pipes.
Infraestrutura comprometida
Segundo o secretário de Administração de Tocantinópolis, Jair Aguiar, a decisão foi tomada para evitar maiores prejuízos às ruas do município, que não foram projetadas para suportar veículos de grande porte. “Houve a liberação dos dois veículos que estavam fora dos critérios e a travessia já está restabelecida. Nós teremos uma reunião com representantes da Polícia Militar e da Ageto [Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura] para definir o andamento nos próximos dias”, explicou Aguiar.
Apesar das restrições, o decreto prevê exceções para veículos que transportem produtos essenciais, como alimentos, medicamentos, combustíveis, materiais de construção para uso local e veículos autorizados para obras e serviços públicos.
Prefeito cobra ação do DNIT e soluções da Pipes
O prefeito Fabion Gomes enfatizou que a medida não é uma afronta aos caminhoneiros e viajantes, mas sim uma decisão necessária para garantir a segurança e o patrimônio público da cidade. “Nada impede a empresa Pipes de construir um ponto de acesso fora do perímetro urbano para embarque e desembarque de veículos de grande porte. É importante lembrar que a empresa tem lucrado significativamente com a situação, sem contrapartidas aos municípios impactados”, destacou.
Fabion também cobrou ações mais rápidas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que, segundo ele, não tomou medidas concretas para amenizar os impactos do desabamento da ponte. “Passados mais de 30 dias do colapso, nenhuma embarcação foi disponibilizada entre Aguiarnópolis-TO e Estreito-MA, deixando a população e os motoristas sem opções viáveis”, criticou.
Orientações aos motoristas
A Prefeitura orienta que veículos abaixo de 25 toneladas sigam utilizando o perímetro urbano, enquanto caminhões maiores devem buscar rotas alternativas ou aguardar soluções estruturais. A empresa Pipes é responsável por organizar a travessia de veículos pela balsa.
Com as medidas, a Prefeitura de Tocantinópolis espera preservar a cidade de danos irreversíveis, ao mesmo tempo em que cobra soluções rápidas das autoridades competentes para minimizar os impactos do desabamento da ponte sobre a rotina dos moradores e viajantes.
Redação