Mandados são cumpridos na secretaria de Saúde de Araguaína — Foto: PF/Divulgação

Uma operação contra desvio de recursos públicos da saúde em Araguaína, norte do Tocantins, está sendo realizada na manhã desta quinta-feira (24) pela Polícia Federal. São 21 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos no Tocantins, Goiás e Distrito Federal. A operação foi chamada de Dejavu. A polícia acredita que o grupo causou um prejuízo de R$ 7 milhões aos cofres públicos.

A Investigação da Polícia Federal começou após uma auditoria feita nos contratos entre o Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), uma organização social sem fim lucrativo, e empresas que prestam serviços em hospitais de Araguaína. Os recursos federais foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Conforme a PF, são aproximadamente 90 policiais cumprindo os mandados expedidos pela Justiça Federal em Araguaína. Membros da Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF) também participam da operação.

As buscas estão sendo realizadas em quatro cidades:

  • Aparecida de Goiânia : 5 mandados
  • Goiânia : 10 mandados
  • Brasília: 2 mandados
  • Araguaína : 4 mandados

O grupo criminoso, segundo a Polícia Federal, fraudava licitações para gerenciar a saúde pública de Araguaína. Apesar de ser uma entidade sem fins lucrativos, a Controladoria Geral da União constatou que o instituto atuava com finalidade empresarial voltada à obtenção de lucro.

Após vencer as licitações, essa organização sociai passavam a contratar de forma direta, sem licitação, empresas ligadas a seus gestores. A CGU informou que também identificou superfaturamento na aquisição de produtos e serviços e “maquiagem contábil”, realizada por meio gastos genéricos contabilizados como despesas administrativas e operacionais.

Em contrato firmado com Prefeitura de Araguaína, até abril de 2018, o IBGH era responsável por cerca de 390 funcionários e pelos serviços de saúde ofertados em três unidades: Hospital Municipal (HMA), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Anatólio Dias Carneiro e no Ambulatório de Especialidades Médicas. O contrato previa pagamentos mensais de cerca de R$ 2,3 milhões.

O nome da operação faz referência a palavra francesa que significa “EU JÁ VI”. Isso porque esse esquema criminoso de desvio de recursos públicos da saúde por meio de organizações sociais “já foi visto” em outros estados, segundo a PF.

Por G1 Tocantins