SONY DSCMais uma vez a sociedade civil organizada de Araguaína mostrou sua força de mobilização e mostrou sua indignação diante do recente pacote de aumento de impostos instituído pelo Governo do Estado e aprovado pela Assembleia Legislativa. Mais de cinco mil cidadãos, entre empresários, colaboradores, ativistas e a sociedade em geral, reuniram-se na Praça das Bandeiras e percorreram toda a extensão da Avenida Cônego João Lima, a principal comercial da cidade, na tarde do último 21 de outubro, em apoio ao movimento Não Mais Impostos. Grande parte do comércio fechou as portas em apoio à mobilização, que reivindica a revogação dos aumentos e o retorno imediato do Portal da Transparência.

“Esta foi uma ação que movimentou todo o Estado e vamos dar ao Governo um prazo de 10 dias para reavaliar as decisões e propor mudanças. Não podemos pagar a conta o descontrole de caixa das contas públicas. A sociedade e a classe empresarial não podem arcar com isso”, afirmou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araguaína, Manoel de Assis Silva.

 Basta

 A todo instante, manifestantes convocavam o comércio a aderir à passeata e esclareciam à população o peso que os impostos terão no dia a dia do contribuinte a partir de 2016. Com apoio de carros de som, foram entoados gritos de “basta” e “não mais impostos”. O vendedor Jeferson Oliveira achou um absurdo que os mesmos deputados que visitaram as empresas em período eleitoral para pedir votos aprovaram o pacote de aumento dos impostos. “E fizeram isso com a gente na calada da noite. O povo não é burro e nós temos é que fazer isso aqui sempre que isso acontecer. Vamos reivindicar nos nossos direitos de cidadãos”.

Em cada trecho percorrido, os apoiadores do movimento lembravam os aumentos de 100% no IPVA, 50% no ICMS para as empresas (de 12% para 18%), impactando vários produtos como carne, leite e serviços. “Ainda dá tempo de nossos governantes voltarem atrás. E vamos nos mobilizar sempre que for necessário. É inaceitável jogar essa responsabilidade para o contribuinte e para os empresários. Por que eles não enxugam primeiramente os gastos deles?”, lembrou a empresária, Eliete Lobo.

 Exigências ao Governo

 O movimento foi finalizado na Praça do Galo, onde os manifestantes cantaram o hino nacional e ouviram cada ponto da carta de reivindicações que será encaminhada ao Governo do Estado. “Somos muito gratos a todas as entidades, ONGs e associações que se engajaram neste movimento. E podem ter a certeza que faremos outros manifestos, sempre embasados no princípio da democracia. Eles foram eleitos para trabalhar pelo povo, mas não estão fazendo isso. Esse dinheiro não pertence a eles, pertence aos cidadãos.”, taxou Manoel.

Para o diretor da Aciara, Júnior Ferrari, a mobilização atingiu seu propósito. “E esperamos de verdade que as autoridades levem em consideração a união dos tocantinenses e voltem atrás desta decisão”.