Mesmo após o concurso da Polícia Civil ter completado quatro anos do lançamento do edital, o governo do Estado afirmou que só deverá convocar o restante dos aprovados apenas no segundo quadrimestre deste ano.
No momento ainda aguardam a nomeação 37 peritos, 40 delegados e 78 escrivães. Todos os aprovados já fizeram o curso da formação na Academia de Polícia e estão aptos a tomar posse.
A notícia veio do secretário da Administração, Gefferson Barros, durante entrevista à imprensa. De acordo com ele, convocações, implementos na folha de pagamento e correção salarial não são possíveis no momento por conta da atual condição do Estado, que, segundo ele, não permite a nomeação dos candidatos aprovados remanescentes, devido aos problemas de caráter orçamentário e financeiro.
“No caso dos policiais civis existe um déficit de quadro, o que não existe é condições de, neste cálculo financeiro, entre aposentadoria e convocação, a gente ter um equilíbrio financeiro no quadro da Polícia Civil”, afirmou Gefferson.
Ainda na entrevista o gestor deixou claro que o contingente atual da categoria é deficitário. No entanto, reconheceu que a necessidade de convocação é de conhecimento do governador Marcelo Miranda, mas, mesmo assumindo a importância dessas convocações, a Administração Pública não soube precisar quando elas irão acontecer.
“Ao mesmo tempo é lógico, existe uma necessidade de recomposição do quadro da Polícia e é isto que o governo está avaliando neste momento. O secretário de Segurança Pública, Cesar Simoni, tem sido enfático sobre a necessidade de haver a convocação de novos delegados, peritos e escrivães e o Estado está levando isto em consideração. Porém, para este quadrimestre isto está inviável em razão das medidas que temos que adotar para reduzir pelo menos um ponto percentual no índice da Lei de Responsabilidade Fiscal, de despesa de pessoal, comparado à receita”, explicou.
Durante a entrevista, Gefferson ainda admitiu que a convocação talvez acontecesse no segundo quadrimestre, mas novamente, não deu certeza se de fato os aprovados serão chamados ainda em 2018. “Pode ser que este ano tenhamos o chamamento de novos profissionais da Polícia Civil”, pontuou.
Cansados dessa situação, na última semana os candidatos que aguardam a nomeação realizaram uma manifestação em frente à Secretaria de Segurança Pública (SSP), com bolo de aniversário, cartazes e  narizes de palhaços.  Mesmo com o protesto, o governo estadual não recebeu os manifestantes.
“O governo tem virado as costas para a situação da Segurança Pública no Tocantins. A violência é cada dia maior, a população tem convivido com casos cada vez piores, justamente porque falta pessoal para investigar os crimes e coibir que eles voltem a acontecer. Apenas a convocação dos aprovados poderá amenizar este problema. Enquanto o Estado ignorar isso, os índices de criminalidade só vão aumentar”, pondera o candidato aprovado para o cargo de perito criminal, Ronivaldo Veloso Pugas.
O concurso
Desde que o concurso foi retomado em 2016 com a realização da Academia de Polícia, as convocações vem sendo realizadas pelo governo Marcelo Miranda em doses homeopáticas. Na primeira chamada, em maio de 2017, o governo convocou 53 candidatos para o provimento dos cargos de delegado, 13 médicos legistas, 35 peritos, 63 escrivães, 44 agentes e 26 necrotomistas.
Já no segundo semestre, o Estado nomeou cinco peritos, 31 delegados e 50 escrivães.