Depois de pedir demissão do Ministério da Cultura, o agora ex-ministro Marcelo Calero disse em entrevista à Folha de S. Paulo que foi pressionado pelo titular da Secretaria de Governo e presidente do PMDB-BA, Geddel Vieira Lima, para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador no qual ele tinha comprado um apartamento. À publicação, Calero disse que o assédio começou logo depois que ele assumiu a pasta, em maio deste ano.
O empreendimento imobiliário foi barrado por se localizar em uma área considerada patrimônio cultural da União e, portanto, sujeita a regramentos especiais. Os construtores pretendiam erguer um prédio de 30 andares, enquanto o Iphan permitiu menos da metade disso, 13.

“Ele [Geddel] pede minha interferência para que isso acontecesse, não só por conta da segurança jurídica, mas também porque ele tem um apartamento naquele empreendimento. Ele disse: “E aí, como é que eu fico nessa história?”, contou Calero ao jornal.
Em outro trecho da entrevista, Marcelo Calero disse que passou a receber pressões de integrantes do governo para conceder a licença de construção ou enviar o caso para a Advocacia-Geral da União (AGU). Ele afirmou também que Geddel acionou “vários interlocutores” para pressioná-lo a rever o embargo da obra. O presidente do PMDB-BA negou as acusações. Calero será substituído pelo deputado do PPS-SP, Roberto Freire no comando da pasta.

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