Nos últimos dias, a cidade de Araguaína tem sido palco de uma série de transformações urbanas que, muitas vezes, deixam rastros de descontentamento e incerteza. O recente anúncio da demolição do Mercado Municipal, uma ação proposta pela gestão do prefeito Wagner Rodrigues, coloca em evidência os possíveis impactos negativos dessa decisão sobre os comerciantes locais, além de levantar questionamentos sobre a sensibilidade da administração pública em relação à história e aos anseios da comunidade.

A demolição do Mercado Municipal representa uma virada significativa para os comerciantes da região, que já enfrentaram as dificuldades impostas pela pandemia e que agora se veem diante de um novo desafio. A decisão de demolir um espaço que há décadas abrigou pequenos negócios e fez parte da identidade local é alarmante, principalmente considerando que esses comerciantes já tiveram que fechar suas portas por determinação das autoridades durante os períodos mais críticos da crise sanitária. Tal medida não apenas compromete o sustento desses empreendedores, mas também enfraquece o vínculo entre a administração municipal e a comunidade que ela deveria servir.

A falta de sensibilidade por parte do prefeito Wagner Rodrigues fica evidente quando se analisa a conexão entre essa ação e a história da cidade. O Mercado Municipal não é apenas um espaço físico, mas sim um símbolo de tradição e convívio social. Destruir esse patrimônio histórico é apagar parte da memória coletiva dos araguainenses, algo que deveria ser preservado e valorizado em qualquer gestão comprometida com o bem-estar da população.

A demora em concluir obras públicas também é um ponto preocupante que não pode ser negligenciado. A referência à ponte ,quase não acaba, no Setor Tiúba é uma lembrança vívida de como a administração pode negligenciar projetos, deixando a comunidade à espera de melhorias que nunca se concretizam. A possibilidade de uma repetição desse cenário no novo Mercado Municipal é uma preocupação legítima e aumenta a apreensão dos comerciantes e dos cidadãos em geral.

Além dos aspectos econômicos e históricos, a decisão de demolir o Mercado Municipal também abala sonhos e esperanças de diversas famílias que dependem desses negócios para seu sustento. Muitos investiram anos de trabalho árduo para manter suas lojas e quiosques, criando laços com a comunidade e oferecendo produtos e serviços que atendem às necessidades locais. Essas trajetórias de dedicação e esforço também merecem ser reconhecidas e respeitadas pela administração municipal.

Em um momento em que as cidades buscam se desenvolver de maneira sustentável, é imperativo que as decisões políticas levem em consideração não apenas os aspectos econômicos, mas também o bem-estar da população e a preservação do patrimônio cultural. A demolição do Mercado Municipal de Araguaína demonstra uma falta de visão estratégica e sensibilidade para com os cidadãos e suas necessidades. Espera-se que a voz da comunidade seja ouvida e que medidas mais ponderadas sejam adotadas para garantir um futuro próspero e resiliente para todos.

Por: Geovane Oliveira