Pedido de reconsideração foi apresentado ao próprio Ministro Mauro Campbell, que determinou o afastamento. Documento tem 234 páginas

A defesa do governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), apresentou recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão que o afastou do cargo por seis meses. No documento, os advogados negaram as acusações de recebimento de propina e interferência política em investigações policiais. Nesta quarta-feira (1) o afastamento completa 42 dias.

O pedido de reconsideração entrou no STJ na madrugada do dia 29 de novembro, última segunda-feira. O recurso está no gabinete do ministro Mauro Campbell, o mesmo que determinou o afastamento e autorizou as operações da Polícia Federal no dia 20 de outubro. Ao todo, incluindo os anexos, o documento tem 234 páginas.

No texto, os advogados de Carlesse afirmaram que o Ministério Público Federal apresentou uma denúncia baseada em “investigações unilaterais realizadas pela Polícia Federal e impregnadas de conjecturas e presunções”.

Sobre a acusação de interferência na Polícia Civil, a defesa disse que “as investigações policiais que investigavam supostos esquemas de corrupção à época da assunção do Governo Estadual por Mauro Carlesse foram todas devidamente concluídas, com o ajuizamento das ações penas correlatas” e que portanto não teriam sido prejudicadas.

Além disso, os advogados sustentam que as movimentações financeiras que foram consideradas suspeitas pelos investigadores são “absolutamente compatíveis com o patrimônio”, de Carlesse e que “não guardam qualquer correlação com supostos delitos praticados por terceiros”.

Os advogados pedem que todas as medidas cautelares sejam revogadas e que Mauro Carlesse retorne ao cargo. O pedido não tem prazo para ser analisado. O documento é assinado por Nabor Bulhões e Carolina Abreu. No pedido não há nenhuma menção ao suposto flagrante falso de tráfico de drogas que teria sido encomendado pelo governador de acordo com a denúncia do MPF.

A investigação

Carlesse é considerado suspeito em duas operações da Polícia Federal que ocorreram simultaneamente no dia 20 de outubro. As ações foram chamadas de Éris e Hygea.

Por Ana Paula Rehbein e João Guilherme Lobasz, TV Anhanguera e g1 Tocantins