A paralisação das obras do novo prédio da Câmara Municipal de Araguaína transformou-se em um símbolo da disputa política que divide a cidade. O impasse, que envolve a Prefeitura, a Câmara de Vereadores e os principais grupos políticos locais, pode redefinir alianças e impactar diretamente as ambições eleitorais do deputado Alexandre Guimarães e o futuro do presidente da Casa, Max Baroli.

A Guerra de Narrativas: Obra Parada ou em Andamento?

Enquanto Max Baroli (MDB) insiste em negar a paralisação, moradores e observadores afirmam que o canteiro de obras está abandonado há semanas. O projeto, de responsabilidade da administração do prefeito Wagner Rodrigues (UB), tornou-se um campo de batalha entre duas facções:

Grupo de Alexandre Guimarães: O deputado federal, que busca uma vaga no Senado, tem em Baroli seu principal aliado em Araguaína. A demora na obra pode ser usada para desgastá-lo, já que sua influência na Câmara é questionada.

Base do Prefeito Wagner: O prefeito Wagner Rodrigues (UB), que não declarou apoio a Guimarães, mas sim ao senador Eduardo Gomes (PL) e à senadora Dorinha (UB), parece estar em rota de colisão com o grupo de Alexandre Guimarães, que apoia Amélio Cayres para governador.

A indefinição sobre os motivos da paralisação – se é falta de recursos, má gestão ou estratégia política – alimenta especulações. Para o analista político Geovane Oliveira, não há coincidências em ano pré-eleitoral:

“Ou é incompetência administrativa, ou é um movimento calculado para enfraquecer Guimarães. Se a obra não sair, a imagem dele como líder político em Araguaína fica arranhada.”

Max Baroli no Centro do Tornado Político

presidente da Câmara vive um dilema:

  1. Permanecer com Guimarães:
    • Mantém a aliança histórica, mas pode sofrer retaliações da prefeitura, como o bloqueio de projetos importantes para a Câmara.
    • Se a obra não for retomada, o desgaste pode atingi-lo diretamente, já que ele é visto como responsável pela fiscalização.
  2. Migrar para a Base de Wagner:
    • Ganharia apoio do prefeito, mas trairia Guimarães, o que poderia custar sua credibilidade entre aliados tradicionais.
    • Seu futuro político estaria atrelado ao sucesso (ou fracasso) da gestão Wagner.

“Max Baroli está numa encruzilhada. Se ficar com Guimarães, pode ficar isolado. Se migrar para Wagner, vira peça no tabuleiro do prefeito. Ele precisa decidir se quer ser protagonista ou coadjuvante”, avalia Geovane Oliveira.

O Risco para Alexandre Guimarães

A demora na obra do novo prédio da Câmara é um problema direto para Guimarães porque:

  • Sua campanha ao Senado depende de Araguaína, seu principal reduto. Se sua influência na cidade for questionada, perde força na disputa estadual.
  • A desunião com Wagner enfraquece sua base, já que o prefeito controla a máquina e tem aliados no Legislativo.
  • Se Max Baroli mudar de lado, o grupo de Guimarães perde um pilar fundamental na Câmara.

O Que Esperar?

Enquanto a obra não é retomada, as perguntas que ficam são:

  • A paralisação é um acidente ou um ataque político?
  • Max Baroli resistirá à pressão ou acabará se alinhando a Wagner?
  • Alexandre Guimarães conseguirá reverter o desgaste ou verá sua candidatura ao Senado definhar?

Uma coisa é certa: em política, obras paralisadas nunca são apenas sobre concreto e tijolos. Elas refletem jogos de poder, e em Araguaína, esse jogo está mais acirrado do que nunca. A decisão de Max Baroli nos próximos dias pode escrever um novo capítulo na história política da cidade – e definir de que lado da história ele ficará.

Por: Geovane Oliveira