Depois de ouvir, na semana passada, relatos de moradores da região sobre o abandono por parte do governo do Estado, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, testemunhou queixas de cidadãos do extremo norte tocantinense, onde esteve nessa sexta-feira, 19, para intensa agenda de compromissos políticos e visitas a empreendimentos comerciais. Entre as principais críticas à gestão atual do Palácio Araguaia estão a falta de políticas públicas que foquem no desenvolvimento e aproveitamento das potencialidades da região, ausência de atuação do governo na atração de investimentos para gerar emprego e renda, além de deficiências nos atendimentos básicos como, por exemplo, saúde e estradas de boa qualidade.

Amastha esteve nessa sexta-feira em Xambioá, Araguanã e encerrou o dia recebido por vereadores e ex-vereadores em Carmolândia. Em Xambioá, ele se reuniu com comerciantes. Na pauta, busca de soluções para o problema da falta de investimento e atuação do Estado como indutor do crescimento da economia.

NECESSIDADES DOS EMPRESÁRIOS

Morador de Xambioá, cidade banhada pelo Rio Araguaia e que fica na divisa com São Geraldo, no Pará, o comerciante do ramo hoteleiro Gerson de Oliveira afirmou que o Estado deveria implementar políticas públicas que valorizassem o turismo. “Precisamos de qualificação, cursos para nossos funcionários para melhorar o nosso atendimento, além de uma melhor propagação do nosso potencial, com políticas públicas que favorecessem as empresas e incentivassem ainda mais os turistas a vir para cá”, disse.

Já Ailton Almeida, também do ramo de hotelaria, o Estado contribuiria muito com o desenvolvimento se fizesse um trabalho de divulgação da região. “É preciso melhorar a infraestrutura, aumentar a divulgação. Com isso, haverá crescimento da procura e, nós comerciantes, consequentemente, vamos crescer também”, declarou.

Dono de um abatedouro em Xambioá, Abel José da Silva Júnior cobrou melhoria na política tributária do Estado. “Aqui falta tudo praticamente. Porém, além de tudo isso que foi dito na reunião, creio que um dos principais problemas é a política tributária. Estamos próximos do Pará, em São Geraldo, que praticamente está engolindo o nosso mercado, o comércio em geral do lado do Tocantis”, comentou. Ele se queixa do rigor da arrecadação de tributos por parte do governo do Tocantins. “É preciso um estudo, o desenvolvimento de políticas para equalizar a situação.

Aqui do nosso lado a cobrança é alta e do lado de lá, no Pará, a alíquota é menor e não tem controle. Quem instalaria aqui, vai para lá”, complementou.

Na reunião, Amastha comentou sobre a política de equilíbrio e justiça fiscal feita por sua gestão em Palmas. “É preciso ter eficiência de gestão. Não é possível convivermos com uma política apenas arrecadadora. Política tributária deve ser indutora do crescimento”, disse Amastha. “O IPTU é um exemplo claro de justiça fiscal. Na cidade, 40% são isentos. Ou seja: quem pode pagar, paga e quem não pode, não paga”, emendou, ao ressaltar que a cobrança é necessária desde que o poder público, como em Palmas, implemente políticas que promovam o desenvolvimento e a geração de renda.

ABANDONO DA REGIÃO

Nas reuniões com lideranças políticas as críticas foram mais contundentes. “A nossa situação é crítica. Temos hoje um governo que só dá caldo de feijão para os pacientes nos hospitais”, disse Félix Moreira Lima, ex-vereador de Carmolândia, durante reunião à noite, com parlamentares e lideranças do município.

Ainda em Carmolândia, o presidente municipal do PSB, Antônio Carlos Silva Assunção, declarou que o Tocantins precisa de um gestor com o perfil de Amastha. “Um homem de coragem, que faz a política diferente, séria e que atenta a população e seus anseios. O Tocantins precisa de gente com coragem e que tenha a capacidade de administrar.”

Por outro lado, em Araguanã, no final da tarde, o tom das críticas foi ainda mais forte, mas o centro dos discursos durante reunião com a comunidade foi o perfil empreendedor e de gestor de Amastha. “Amastha já provou que sabe administrar e será o no nosso próximo governador. Mas, peço: Ajude Araguanã. Quem administra a capital como o senhor administra, imagine como será como governador.. Hoje Palmas é referência e queremos que o Tocantins seja referência também”, declarou o ex-vereador Dito Rosa. “Uma vergonha termos um.governador hoje nas capas dos jornais como “rei do gado”. O senhor, prefeito  Amastha, será diferente, será o orgulho do Tocantins”, complementou.

Vereador e presidente da colônia de pescadores do município, Júlio da Colônia fez um pedido a Amastha caso venha a assumir o Palácio Araguaia. “Peço ao senhor que quando chegar lá não se esqueça de Araguanã. Faça o que nunca foi feito para o setor da pesca neste Estado. Faça a diferença. Acredito que o Tocantins vai mudar a sua história com o senhor”, falou.

Ainda em relação a potencial da região, o ex-deputado federal Edmundo Galdino, deu um exemplo de como o Estado pode contribuir para o desenvolvimento da região. “Rondônia é um estado menor que o nosso. Com mudanças na legislação ambiental, se tornou o maior produtor de peixe do país. O Tocantins, com essa imensidão de água, se tornará potência. Basta vontade política. Que governo desastrado é esse que não vê isso, não ajuda o produtor a desenvolver sua atividade”, discursou. “Está na hora dos nossos políticos colocarem como prioridade os problemas do Estado. Hoje a ideia é eleger o filho. É nisso que eles pensam”, concluiu.