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Trump ameaça taxar produtos agropecuários brasileiros e acende alerta para retaliações e busca por novos mercados

Em meio a crescentes tensões comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar impor tarifas sobre produtos agropecuários brasileiros, especialmente o etanol e a carne bovina. A medida, que ainda não foi formalizada, já acendeu um alerta no governo brasileiro e no setor agroindustrial, que teme impactos significativos nas exportações e na economia do país. Em resposta, o Brasil avalia possíveis retaliações e a diversificação de mercados para seus produtos.

A ameaça de Trump surge em um momento delicado para as relações comerciais entre os dois países. O presidente americano criticou recentemente o aumento das exportações brasileiras de etanol para os EUA, alegando que isso prejudica os produtores americanos. Além disso, ele mencionou a possibilidade de revisar o acordo que permite a entrada de carne bovina brasileira no mercado norte-americano sem tarifas, sob o argumento de proteger a indústria doméstica.

Impacto no agronegócio brasileiro

O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira, responsável por cerca de 21% do PIB nacional e por uma parcela significativa das exportações. Os EUA são um dos principais destinos para produtos como etanol, carne bovina e suco de laranja. A imposição de tarifas poderia reduzir a competitividade desses produtos no mercado americano, afetando diretamente os produtores brasileiros.

Segundo analistas, a medida de Trump pode ser vista como uma tentativa de pressionar o Brasil em outras áreas de negociação comercial, como a abertura de mercados para produtos americanos ou a revisão de acordos bilaterais. No entanto, o governo brasileiro já sinalizou que não ficará passivo diante de possíveis barreiras comerciais.

Brasil avalia retaliações e busca novos mercados

Em resposta às ameaças de Trump, o governo brasileiro estuda possíveis retaliações, que podem incluir a imposição de tarifas sobre produtos americanos importados pelo Brasil, como trigo e maquinário agrícola. Além disso, o Ministério da Agricultura e o Itamaraty têm trabalhado para diversificar os mercados de exportação, reduzindo a dependência do mercado norte-americano.

A China, maior parceiro comercial do Brasil, tem sido um foco central nessa estratégia. Recentemente, o país asiático aumentou as importações de carne bovina e soja brasileiras, e novas negociações estão em andamento para ampliar a venda de outros produtos, como etanol e frutas. Além da China, o Brasil tem buscado fortalecer relações comerciais com países da União Europeia, do Oriente Médio e do Sudeste Asiático.

Setor privado se mobiliza

O setor privado também tem reagido às ameaças de Trump. Associações de produtores rurais e exportadores estão intensificando esforços para garantir que os produtos brasileiros mantenham sua competitividade no mercado internacional. Campanhas de promoção e a busca por certificações de qualidade têm sido priorizadas para atrair novos compradores.

Além disso, há um movimento crescente para aumentar a produtividade e reduzir custos, de modo a compensar possíveis perdas com tarifas americanas. “Precisamos nos adaptar rapidamente a esse cenário desafiador. A diversificação de mercados e a melhoria da eficiência são essenciais para garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro”, afirmou o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.

Cenário incerto

Enquanto as ameaças de Trump não se concretizam, o cenário permanece incerto. Especialistas alertam que uma guerra comercial entre Brasil e EUA poderia ter efeitos negativos para ambos os países, especialmente em um momento de recuperação econômica pós-pandemia. No entanto, o governo brasileiro parece determinado a defender seus interesses e a buscar alternativas para minimizar os impactos sobre o agronegócio.

A próxima movimentação de Trump será decisiva para definir os rumos dessa disputa comercial. Enquanto isso, o Brasil se prepara para enfrentar os desafios e garantir que seu setor agropecuário continue a ser um motor de crescimento econômico.

Geovane Oliveira, Com informações de agências internacionais e fontes do governo brasileiro.

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