O Método Canguru é um modelo de assistência oferecida ao recém-nascido prematuro de baixo peso e a sua família. Nesse método, o bebê fica em contato direto (pele a pele) com a mãe, aconchegado em seu peito. A maternidade do Hospital Regional de Gurupi (HRG) trabalha com o Método Canguru desde 2010.

Segundo a Coordenadora do Programa no HRG, Kênia Ayres, é comprovado que o método propicia o aumenta do vínculo materno e, com isso, o bebê consegue se desenvolver melhor, ganhando mais rápido o peso e, consequentemente, diminuindo o tempo de internação.

Kênia explica que o Método Canguru utiliza uma série de condutas humanizadas. Não é apenas a posição canguru, que envolve o bebê a mãe com uma faixa, tendo o contato pele a pele, mas também a posição do ninho, que faz com que o bebê se sinta como se estivesse no útero; o cuidado com a iluminação é redobrado, é utilizado um blackout acima das incubadoras para barrar a luz, os sons são baixos, os sapatos utilizados por quem trabalha na unidade devem ser de solas macias para evitar barulhos, os cheiros de perfumes são evitados.

“O Método Canguru exige que organizemos nosso ambiente para proporcionar ao bebê a semelhança do útero. Criamos um ambiente favorável e a nossa meta principal é a criação do vínculo afetivo. O método não é para economizar recursos, ou, especialmente dar alta hospitalar rapidamente, mas para aumentar o vínculo de amor entre mãe e filho”, ressaltou.

Quem aprova esse método é Raimunda Aparecida Alves, de 16 anos, que teve um bebê prematuro com baixo peso. Ela conta que não conhecia esse método e acredita que realmente auxilia na recuperação do bebê. Ela é mãe de Milena Vitória, que nasceu com 35 semanas e com 1.618 kg. A criança está na unidade patológica há 20 dias e aumentou o peso, passando para 1.775 kg.

Raimunda diz que está ansiosa para levar sua filha para casa e que a ansiedade só não é maior porque sua filha está sendo muito bem cuidada. “Fico durante todo o dia. Amamento minha filha e recebo orientações”, disse.

A técnica em enfermagem Francelina do Prado explica que os bebês recebem alta quando chegam aos 2 kg. Ela destaca que durante a internação do bebê as mães recebem orientações sobre amamentação, banho, troca de fraldas e visitas quando o bebê tiver alta. “É um trabalho que envolve várias especialidades [profissionais] da área da saúde como fisioterapeuta, enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional”, comentou.

Ascom Sesau