O candidato ao governo do Tocantins pela Coligação “A Experiência Faz a Mudança”, Marcelo Miranda (PMDB), esteve reunido no início da tarde desta segunda-feira (22), com a representantes de diferentes segmentos da cultura tocantinense, no Hotel Rio do Sono, na capital. No encontro, acompanhado da candidata a vice-governadora Cláudia Lelis (PV), o candidato peemedebista ouviu uma série de reivindicações e preocupações da classe artística e de produtores culturais, e ao final do evento assinou um compromisso que, dentre outras coisas, prevê a recriação da Secretaria Estadual da Cultura, a real aplicação dos recursos do Fundo Estadual da Cultura, uma maior participação da sociedade civil no Conselho Estadual de Cultura e o respeito à política de editais de cultura como forma de democratizar e dar transparência ao financiamento público de projetos no setor.
O ator e diretor teatral Cícero Belém foi muito crítico a atual situação da cultura no Tocantins. Para ele, a atual gestão “está na contramão das iniciativas nacionais no campo cultural, e não tem transparência, impessoalidade e, nem mesmo respeito para com os agentes culturais”. Nival Correia, presidente da Federação de Teatro do Tocantins, ressaltou ainda que os espaços culturais do Tocantins, além de serem insuficientes, se encontram abandonados, não oferecendo as mínimas condições de circulação de espetáculos montados por artistas locais ou de outros estados.
O ator Kaká Nogueira, “o pobre”, como ele mesmo fez questão de frisar, afirmou que os artistas não querem e não vão mais mendigar por ajuda. “Pedimos espaço, oportunidades e respeito, algo que não enxergamos nos últimos quatro anos”, completou o artista. E ao pegar o gancho do respeito, a bailarina e coreógrafa
Meire Maria, que já presidiu a Fundação Cultural do Tocantins, em parte da administração anterior de Marcelo Miranda, relembrou as conquistas de sua época que foram todas abandonadas, ressaltando, em especial, o acordo assinado em 2004 para um Plano Estadual de Cultura que se adequasse ao Sistema Nacional de Cultura, e que foi desrespeitado e abandonado, causando um prejuízo enorme para a classe artística local.
Ao fazer uso da palavra, Marcelo Miranda foi imediatamente questionando o fato do atual Governo ter desmontado a Secretaria Estadual da Cultura e a Fundação Cultural, e abandonado todos os projetos do setor, a começar por não honrar os compromissos de aplicação do Fundo Estadual de Cultura, uma lei criada quando da sua administração. Marcelo Miranda relembrou as bibliotecas que instalou em sua administração, bem como as reformas que fez em parceria com a Funarte em vários espaços culturais e, de forma especial, citou o projeto Brasil-França, onde pôde levar vários artistas do Estado para que se apresentassem em Paris.
O candidato do PMDB, Marcelo Miranda também adiantou que vai voltar com o Salão do Livro e criar um canal permanente de diálogo com artistas e produtores culturais. Por fim, junto com sua vice Cláudia L e
lis, assinou o documento entregue pelos artistas, dizendo que antes de se decidir por um gestor para as políticas públicas de cultura do Estado, quer voltar a ouvir a todos que atuam na área.