Em carta ao diretor de redação da revista Época, Hélio Gurovitz, a senadora Kátia Abreu (PMDB), candidata à reeleição pela coligação “A Experiência Faz a Mudança”, considerou as acusações realizadas pela publicação “infundadas” e “levianas”, e teriam “propósito de denegrir”. Na edição do fim de semana, a reportagem “O roteiro do charme”, assinada pelo jornalista Marcelo Rocha. conta o que chama de “as românticas missões parlamentares” da parlamentar tocantinense a nove países na companhia do namorado, o servidor público Moisés Pinto.

Época diz que Moisés viajou com Kátia a nove países entre fevereiro de 2012 e abril de 2014. “No total, foram quase três meses de ausência”, afirma a revista. Segundo o periódico, nesse período o casal visitou, entre outros destinos, Washington e Boston, nos Estados Unidos; Frankfurt, na Alemanha; Xangai e Pequim, na China; Lima, no Peru; e Bruxelas, na Bélgica.

Foto: Reprodução/Época
Senadora Kátia e o servidor público Moisés Pinto

Na reportagem, Época ainda afirma que “são antigas as suspeitas de que Kátia usa o dinheiro da CNA em proveito próprio”. Conforme a revista, primeiro ela foi acusada de usar a confederação, da qual era diretora em 2006, para bancar sua campanha ao Senado. Nas eleições de 2010, lembrou o impresso, nova acusação: desta vez, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) se manifestou favorável à cassação do mandato do deputado Irajá Abreu (PSD), filho da senadora, por receber recursos supostamente ilegais por meio da CNA para a sua campanha.

Na carta enviada a Hélio Gurovitz, Kátia Abreu exalta a publicação, e por isso mesmo se diz surpreendida com a reportagem, que segunda a parlamentar, contém “acusações infundadas”. “O mínimo que posso dizer é que não faz jus ao padrão ético e profissional da revista. Recheada de acusações infundadas – e não demonstradas -, a matéria tem o evidente propósito de me denegrir, não hesitando em incursionar pela minha vida pessoal, lançando insinuações que atingem a mim, a meu filho, o deputado federal Irajá Abreu, e ao servidor público Moisés Gomes”, afirma o documento.

Em relação às suspeitas de que teria usado dinheiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para “proveito próprio”, Kátia Abreu afirma que a acusação é “gravíssima e leviana”, e informou que a declaração “não fundamentada em fatos e dados objetivos” a impede de se defender. Na carta, a parlamentar garante que nas viagens citadas não foi utilizado dinheiro do Senado Federal e que toda movimentação foi em favor do agronegócio. “Nenhuma das viagens que fiz onerou o Senado. O cargo que o servidor Moisés Gomes ocupa na presidência do Instituto CNA não é remunerado e já o conheci no exercício de funções técnicas na entidade. Presido a CNA desde 2008 e jamais fui alvo de qualquer suspeição, reconhecida por ter dado à entidade uma projeção interna e externa na cena política como não tivera antes. Todas as viagens que fiz estão relacionadas ao interesse do agronegócio, que tem sido a alavanca de nossa economia”, diz a senadora na carta.

Kátia Abreu também encaminhou à revista Época matérias da imprensa internacional que comprovaria o teor profissional das viagens citadas na reportagem de Marcelo Rocha. Por fim, a senadora pede que os esclarecimentos dados por ela sejam publicados com o mesmo destaque dado à matéria “O roteiro do charme”.

clebertoledo.com.br

Confira a carta enviada por Kátia Abreu ao diretor de redação da revista Época, Hélio Gurovitz.

Confira a coletânea de matérias da imprensa internacional.