Desde que Jair Bolsonaro (PSL) assumiu a presidência, 152 novos agrotóxicos já foram aprovados. É o ritmo mais intenso de aprovação destes produtos nos 100 primeiros dias do ano desde 2010, segundo o Greenpeace.

Dos novos produtos que foram liberados, 28% deles já foram banidos ou não são permitidos na União Europeia, que tem uma legislação mais dura para tratar dos defensivos agrícolas. Mais uma vez, o levantamento é do Greenpeace e pode ser conferido no link.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou sobre os novos produtos em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, organização que reúne a bancada ruralista no Congresso, disse que muitos dos problemas ligados aos agrotóxicos acontecem porque os agricultores não utilizam os equipamentos de proteção de maneira correta.

Cristina também falou sobre o glifosato, agrotóxico classificado como potencialmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. Segundo a ministra, para o glifosato ser abandonado é necessário encontrar um substituto.

Segundo José Eduardo Wanderley Cavalcanti, fundador e diretor da empresa Ambiental do Brasil, existem muitas “informações desencontradas” sobre o uso de pesticidas. Cavalcanti defende que grande parte dos produtos liberados são extensões de agrotóxicos que já eram utilizados.

Ele diz que os agrotóxicos estavam “represados” nas administrações anteriores e que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é lenta em suas análises dos produtos.

Para Cavalcanti, a discussão sobre os riscos cancerígenos do glifosato é uma questão “superada”.

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