Nos bastidores da política tocantinense, um novo agrupamento tem chamado atenção: o Grupo G5+, formado pelos prefeitos Wagner Rodrigues (Araguaína), Josi Nunes (Gurupi), Celso Morais (Paraíso), Eduardo Siqueira Campos (Palmas) e Ronivon Maciel (Porto Nacional). Unidos, os gestores dizem defender um “projeto político de fortalecimento do Tocantins”, mas, ao olhar mais de perto, o discurso de união pode esconder interesses bem mais particulares.
O grupo tem declarado apoio à pré-candidatura da senadora Dorinha ao governo, apresentando-se como uma frente de “gestores experientes e alinhados com o desenvolvimento do estado”. No entanto, o que parece uma coalizão técnica e administrativa pode, na prática, representar a construção de um projeto de poder voltado para perpetuar famílias políticas já estabelecidas.
Em Araguaína, Wagner Rodrigues sinaliza o desejo de ver sua esposa como candidata a deputada. Em Gurupi, Josi Nunes articula para que a filha siga seus passos na política. Eduardo Siqueira Campos, em Palmas, aposta na força do sobrenome para manter a filha na linha de sucessão do clã Siqueira. Celso Morais, em Paraíso, não esconde o interesse pessoal em projetar sua própria reeleição ou ampliar influência, enquanto Ronivon Maciel, em Porto Nacional, também tem seus planos familiares e políticos que convergem para o mesmo rumo: a manutenção de poder em mãos conhecidas.
Assim, o que se apresenta como um movimento em prol do Tocantins pode, na verdade, estar pesando mais para um projeto de “familhocracia” — um sistema político onde o poder é passado de pai para filho, de marido para esposa, de uma geração à outra, como se o estado fosse um patrimônio particular.
O G5+, portanto, surge como um grupo forte, com influência regional e poder econômico expressivo, mas que desperta um questionamento inevitável:
O projeto é para o Tocantins ou para as famílias que o compõem?


