A senadora Dorinha (União Brasil) ainda não lançou oficialmente sua pré-candidatura ao governo do Tocantins, mas os bastidores políticos já vivem uma disputa silenciosa pelo controle de sua campanha. Um grupo de cinco prefeitos das maiores cidades do estado – batizado de G5+ – está tentando assumir o protagonismo do projeto, em um movimento que pode isolar o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e os deputados estaduais, fragilizando a articulação mais ampla em torno da senadora.

O bloco é formado pelos prefeitos Wagner (Araguaína)Eduardo Siqueira (Palmas)Josi (Gurupi)Ronivon Maciel (Porto Nacional) e Celso Morais (Paraíso). Apesar do apoio declarado a Dorinha, há suspeitas de que a movimentação esconde interesses pessoais: alguns buscam garantir vagas na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados para aliados, enquanto outros miram futuras alianças nacionais.

O Risco de Deixar Wanderlei e os Deputados de Fora

O governador Wanderlei Barbosa, que mantém alta aprovação e influência no interior, ainda não definiu publicamente seu sucessor, mas esperava ter peso na composição da campanha. Se o G5+ conseguir marginalizá-lo, a estratégia pode sair pela culatra: sem o apoio da máquina estadual e da bancada da Assembleia, Dorinha pode perder força em regiões-chave.

– Não se ganha eleição para governador só com prefeitos. É preciso o apoio dos deputados e do governo atual – ressalta um aliado do Palácio do Araguaia, sob anonimato.

O Que o G5+ Quer em Troca?

Os prefeitos não escondem suas ambições. Em Araguaína, aliados de Wagner já promovem o nome da primeira-dama Ana Paula para deputada estadual. Em Palmas, Eduardo Siqueira pressiona por espaço na chapa legislativa, enquanto em Paraíso, Celso Morais sinaliza interesse em uma vaga federal no futuro.

– Eles apoiam, mas cobram. A senadora terá que equilibrar essas demandas para não perder o foco – comenta um estrategista da pré-campanha.

O Dilema de Dorinha

A senadora precisa decidir se aceita o domínio do G5+ ou se busca uma reaproximação com Wanderlei e os deputados. A primeira opção garante capilaridade municipal, mas arrisca enfraquecer a base estadual. A segunda pode desagradar os prefeitos, que controlam eleitorados importantes.

Enquanto isso, o governador observa. Se se sentir excluído, pode endossar outro nome – e o jogo viraria de vez.

Por Geovane Oliveira, Colunista Político.