O Diretório Nacional do Cidadania decidiu neste sábado pela federação com o PSDB. A definição permite que as duas legendas funcionem como uma bancada durante pelo menos quatro anos. Os tucanos ainda seguirão em conversas com o MDB e o União Brasil para formar uma possível federação. Já a assessoria do governador disse, em nota, que o acordo foi costurado em torno do nome de Doria. Nesse caso, os tucanos cogitam oferecer a ela a vaga de vice, embora o MDB também possa reivindicar a cabeça de chapa se Doria não deslanchar nas pesquisas. Na sequência, o presidente do Cidadania Roberto Freire emitiu nota indicando que ainda não há definição sobre quem será o candidato da federação.

O Cidadania também considerava formar uma federação com o PDT, que tem Ciro Gomes como pré-candidato a presidente, ou com o Podemos, que deve lançar o ex-juiz Sergio Moro ao Planalto. Agora, o PSDB irá avaliar se aceita formar uma federação com o Cidadania. Se isso ocorrer, os dois partidos deverão atuar em conjunto por pelo menos quatro anos da próxima legislatura e ter um candidato único a cargos no Executivo. A decisão foi comemorada no grupo de Doria no PSDB, que vive um momento interno turbulento. Um grupo de tucanos abriu uma dissidência pública contra a candidatura do governador, que venceu as prévias no ano passado contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.

“Belíssima notícia a aprovação do Cidadania para a federação com o PSDB! Vamos apresentar um caminho de desenvolvimento para o Brasil”, escreveu. O senador José Serra, por sua vez, classificou o diálogo de seu partido com o petista como “natural”. Paulo, Aloysio disse que o PSDB não é mais uma referência nacional e afirmou que as movimentações de Lula são legítimas.

“A federação entre Cidadania e PSDB, pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso e nas próximas eleições presidenciais. Será também um passo importante na consolidação de partidos fortes, fundamentais para a consolidação das instituições brasileiras. Com essa decisão, o Cidadania se incorpora formalmente, junto o PSDB, na tentativa de uma federação ainda maior, com o diálogo em andamento entre MDB e União Brasil, com serviços prestados à democracia brasileira”, afirmou Bruno. A federação cria uma “fusão temporária” entre os partidos e precisa durar, pelo menos, quatro anos, desde as eleições até o durar do mandato seguinte.

Outros arranjos podem ser feitos nos estados para comportar as necessidades políticas. A federação entre Cidadania e PSDB, pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso Nacional e nas próximas eleições presidenciais. Diferente da fusão partidária, a federação permite que as legendas mantenham suas estruturas, diretórios e registos, permanecendo com as mesmas siglas e números. De acordo com decisão do STF, as legendas têm até o dia 31 de maio para registrar federações. Com a criação das federações, válidas a partir da eleição deste ano, os partidos que decidirem se unir terão a obrigação de permanecerem juntos durante os quatro anos de mandato tanto nas eleições majoritárias, quanto nas proporcionais. O órgão da cúpula do Cidadania chegou à decisão após votação em dois turnos.

Isso porque o PSDB tem como pré-candidato à presidência da República o governador de São Paulo, João Doria, enquanto o Cidadania tem como pré-candidato o senador Alessandro Vieira. Após a decisão do Cidadania, que aprovou a possibilidade de formação de uma federação com o PSDB, o presidente tucano Bruno Araújo ressaltou a intenção de continuar tentando alinhar um grupo ainda maior, incluindo MDB e União Brasil. Integrantes ligados aos dois partidos disseram que a formalização deve sair antes de 31 de maio, prazo limite. As negociações finais devem correr a partir de agora para formalizar a federação partidária. Na terça-feira, o Cidadania já havia aprovado a possibilidade de o partido compor uma federação partidária.

O PSDB tem como pré-candidato ao Planalto o governador de São Paulo, João Doria. Se os tucanos aprovarem a federação com o Cidadania, o cenário mais provável é o partido liderado por Freire abrir mão da pré-candidatura do senador Alessandro Vieira ao Planalto. De acordo com Vieira, a negociação para decidir quem será o candidato da federação, Doria ou ele, “virá mais adiante”. Antes, é necessário aprovar um estatuto comum e registrar oficialmente a aliança.

Essa aliança terá vigência por prazo indeterminado, e os partidos federados conservam nome, sigla, número e filiados, bem como o acesso aos recursos do Fundo Partidário ou do Fundo Eleitoral. Também não se altera o dever de prestar contas dos recursos públicos que receberem. As federações partidárias permitem que dois ou mais partidos se unam, funcionando como se fossem uma única legenda. Outros partidos também estão avaliando formar federações partidárias, como uma entre PSOL e Rede e outra entre PT, PSB, PCdoB e PV.

Por: Geovane Oliveira