A grande mudança, na verdade, é sobre a perda do olfato e a falta de ar, que não são mais comuns com a nova cepa. “A perda do olfato aparece no número 9 e a falta de ar está no topo da lista, no número 30, indicando que os sintomas registrados anteriormente estão mudando com as variantes em evolução do vírus”, informa o relatório. Até o momento, as pessoas infectadas com a variante Ômicron da Covid-19 não apresentaram sintomas “tradicionais” do coronavírus e da variante Delta, como perda de olfato, paladar e tosse. Muitos dos sites das autoridades públicas de saúde ainda não foram atualizados para os novos sintomas da variante delta.

A boa notícia é que algumas vacinas contra Covid-19 já confirmaram conseguirem neutralizar as variantes de preocupação. Uma delas é a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, cujos estudos demonstraram alta eficácia contra alfa, beta, gama e delta. A pesquisadora Camila Romano, da USP, avalia que ainda é cedo para afirmar que a variante delta pode se tornar dominante no Brasil. A P.1 tomou à proporção que tomou porque é mais transmissível que as linhagens que assistiram aqui anteriormente (B1128, P.2 E B1110, entre outras menos frequentes). Agora, se a variante indiana se mostrar mais transmissível que a P.1, é possível que sim, ela acabe se tornando dominante em ao menos certas regiões”, explicou. Coordenador do Epicovid-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil, o epidemiologista Pedro Hallal diz não estar surpreso com a confirmação da nova cepa.

Porém, a maioria delas não traz nenhuma mudança significativa ao combate à pandemia. Ou seja, apesar de diferentes, elas não aumentam a transmissão nem são mais difíceis de ser combatidas do ponto de vista imunológico. Diante desses pontos de interrogação, Unaí Tupinambás defende o fechamento de das atividades econômicas como medida para reduzir os riscos de contaminação e garantir a eficácia das vacinas. Nesta semana, a prefeitura chegou a estudar uma reabertura, mas desistiu. Se eu não tiver vírus circulando, eu não dou probabilidade para novas mutações. A população e o governo federal têm que enxergar que essa é a única saída, mesmo com o avanço da vacina”, afirma o infectologista.

Por Geovane Oliveira