Delegado-Geral Adjunto da PC/TO, Jéter Aires também participou da coletiva.

A 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Araguaína, apresentou em coletiva de imprensa os resultados da investigação sobre o assassinato do empresário José Paulo Couto, de 75 anos. Os investigadores apuraram que o empresário foi morto por uma mulher identificada pelas iniciais R.M.S, de 45 anos. Ela está presa temporariamente e confessou o crime em depoimento para a autoridade policial.

Uma irmã da suspeita, L.M.S, de 43 anos, também é investigada por ter ajudado na ocultação do cadáver.

A motivação do crime seria uma discussão entre a vítima e a autora a respeito do valor de um auxílio mensal. Os dois mantinham um relacionamento, mas José Paulo desejava terminar a relação e reduzir o valor pago a suspeita, que não concordou.

A rápida resolução deste caso, que durou apenas quatro dias entre a descoberta do corpo e a confissão da principal suspeita e sua cúmplice, demonstra a eficiência e o compromisso da Polícia Civil.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Adriano Carvalho, ‘esse foi um trabalho conjunto, que envolveu diversas equipes e demandou uma integração de forças na Polícia Civil. O crime brutal gerou comoção na região e demandava uma resposta rápida e contundente da polícia’.

O laudo necroscópico confirmou que a causa da morte do empresário foi asfixia mecânica por estrangulamento. Além disso, foram constatadas perfurações por faca, sinais de lesões e indícios de tortura, como fratura do punho esquerdo e cortes no pescoço. A vítima foi amarrada pela suspeita.

Há ainda indícios de R.M.S contatou uma terceira pessoa para que retirasse o veículo de José Couto da casa dela e levasse até um terreno baldio, onde o carro foi localizado. Ela teria alegado a esta pessoa que ela tinha adquirido o veículo recentemente e não sabia dirigir e que por isso precisava de alguém para fazer o deslocamento. O carro foi levado até o local por essa pessoa, que em princípio não tinha conhecimento do crime.

A prisão temporária, com prazo de trinta dias para crimes hediondos, foi deferida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Araguaína. O aparelho celular da suspeita foi apreendido. Ela também declarou ter se desfeito das joias e do celular da vítima e chamado a irmã para ajudá-la a se desfazer do corpo. O inquérito policial será finalizado e encaminhado à justiça no prazo legal.

O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, declarou que os resultados recentes na prisão de homicidas são sinal do compromisso da Polícia Civil com a segurança da população. ‘Nossos policiais trabalham diuturnamente para desvendar crimes e responsabilizar os envolvidos. As equipes atuam com agilidade e rigor e o curto período que a divisão levou para elucidar esse caso é sinal forte desse compromisso’.

O crime

José Paulo Couto desapareceu na manhã do dia 9 de julho. O sumiço dele foi registrado pela família em um boletim de ocorrência. No dia seguinte, o corpo do empresário foi encontrado debaixo de uma ponte na Avenida Frimar, que serve de ligação entre o bairro JK e a TO-222. O corpo estava enrolado em panos e carpetes e apresentava sinais de ter sido vítima de tortura.

Horas após a localização do corpo, o carro do empresário foi localizado em um terreno baldio no setor Dom Orione. As placas tinham sido adulteradas usando fita adesiva.

Criminalidade em queda no primeiro semestre

Na coletiva, as autoridades destacaram os resultados alcançados na redução da criminalidade na cidade de Araguaína no primeiro semestre de 2025. Os principais indicadores de crimes violentos tiveram queda nos seis primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

No caso dos homicídios, a redução foi de 12,5%. Enquanto nos seis primeiros meses de 2024 foram registrados 16 homicídios em Araguaína, no mesmo período de 2025 houve 14 registros de assassinatos.

Outro indicador em queda é o relacionado a crimes sexuais. No caso dos estupros contra vulneráveis, a cidade teve uma queda de 7,84% na quantidade de casos, com 51 registros em 2024 e 47 no mesmo período de 2025. A queda também aparece nos casos de importunação sexual, que reduziram de 14 casos para 8 registros, uma diferença de 42,86%.

No caso dos estupros que não envolvem vítimas vulneráveis, houve redução de 28,57%, com sete registros no primeiro semestre de 2024 e cinco neste ano. Os crimes que envolvem a divulgação de cenas de abuso sexual em ambiente virtual também apresentaram redução, indo de oito para dois casos entre um ano e outro, ou 75% a menos.

O crime de roubo é outro que também teve grande redução. Em 2024 foram 229 casos no primeiro semestre, enquanto em 2025 o total caiu para 208, considerando o mesmo recorte de tempo. Uma redução de 9,17%.

Além de crimes violentos, a cidade também registra queda em casos de estelionato, que é a modalidade de crime que mais apresenta registros na Polícia Civil no município. Em 2024 foram 1.163 casos registrados nos seis primeiros meses do ano na cidade e em 2025 são 1.088. Isso representa uma queda de 6,45%.

João Guilherme Lobasz/Governo do Tocantins