Comemorado no dia 11 de setembro, o Dia do Cerrado é uma data para alertar sobre a urgência da conservação do segundo maior bioma da América, a savana mais biodiversa do planeta e que abriga nascentes de importantes bacias hidrográficas brasileiras. Em razão da data, é realizado entre os dias 10 e 13 de setembro o 11º Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, em Brasília.
O evento, que é uma realização da Rede Cerrado e parceiros, contou com a participação da Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, que foi representada pela Associação Pyka Mex (povo Apinajé), Associação Comunitária de Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros (ACAPPM), Associação de Mulheres Agroextrativistas da APA Cantão (AMA Cantão), Centro de Trabalhos Indigenistas e Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Para o cacique Joel Apinajé, da Associação Pyka Mex, o evento é uma oportunidade de somar forças para a resistência no território. “Aqui cada organização discute vários temas, a luta do povo, a luta do direito, a luta pelo território e a defesa do Cerrado. Esse encontro é muito importante para o povo que está participando aqui, pra poder discutir, porque hoje em dia a gente sabe que o nosso território tá tendo muito problema, como de desmatamento em torno da área”, relata o cacique.
Genifer Almeida, gestora de projetos da ACAPPM, conta que a participação no evento vem valorizar as soluções trabalhadas nos territórios, como o uso de medicamentos caseiros pela associação de Mateiros. “No nosso projeto nós trabalhamos com plantas medicinais e fitoterápicos, como a Sucupira e a Fava Danta. Nós apoiamos o manejo, a extração do óleo vegetal e o fortalecimento das cadeias produtivas, entendendo que o Cerrado tem uma riqueza capaz de melhorar a vida da comunidade, na saúde e na geração de renda”, justifica.
Bioeconomia do Cerrado
A pauta da alimentação escolar desenvolvida pela Catrapovos Tocantins também recebeu espaço no evento. Silvana Bastos, do ISPN, conta sobre a relevância de programas de incentivo, como a Catrapovos, que vem avançando na implementação de políticas públicas, para o fortalecimento da bioeconomia e da alimentação saudável no Cerrado.
“O Encontro e Feira dos Povos do Cerrado é uma grande celebração da resistência do Cerrado, e a sociobioeconomia está presente nas mesas de debate, na feira com centenas de produtos, frutos e conhecimentos associados. Então também é uma celebração da sociobioeconomia, que pode estar em grande escala no prato das crianças de todo o brasil, mas especialmente nas escolas dos estados do Cerrado”, estimula, se referindo a programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
I Encontro de Mulheres Indígenas do Cerrado
Paralelamente ao Encontro dos Povos, é realizado o I Encontro de Mulheres Indígenas do Cerrado, do qual o Centro de Trabalho Indigenista (CTI) é um dos organizadores e participa com uma delegação vasta de mulheres, incluindo indígenas dos povos Apinajé, Krahô, Xerente e Javaé do Tocantins, entre representantes de outros povos do Brasil.
O encontro, que busca conectar e construir estratégias conjuntas para a defesa de direitos, territórios e modos de vida, promove a valorização e o protagonismo das mulheres indígenas na preservação da vida, da cultura e do Cerrado.
Assessoria de Comunicação