Nos bastidores da política tocantinense, ganha força o debate sobre qual será a posição do governador em exercício, Laurez Moreira (PSD), nas eleições de 2026. O ponto central da discussão gira em torno do avanço de nomes ligados ao bolsonarismo dentro da atual gestão e da possibilidade de Laurez compor ou não um palanque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado.
A avaliação em Brasília é de que Lula precisará de uma base sólida no Tocantins para disputar a sucessão presidencial. Nesse cenário, o PSD, comandado no estado por Laurez e pelo senador Irajá Abreu, aparece como alternativa viável para a construção de um palanque governista. Contudo, a movimentação política dentro da máquina estadual lança incertezas sobre esse alinhamento.
Entre os quadros de destaque da gestão, estão o secretário César Hanna Halum, o recém-nomeado Marcos Duarte e Paulo Sidney, além do ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas. Todos eles têm forte ligação com o campo bolsonarista, o que acende o alerta sobre a direção que Laurez pretende tomar no tabuleiro político.
Analistas apontam que a composição do secretariado e a aproximação com lideranças identificadas com a direita podem dificultar a construção de um ambiente favorável à esquerda no governo interino. Essa conjuntura coloca em dúvida se Laurez estará disposto a se alinhar ao projeto de Lula ou se seguirá outro caminho, possivelmente orbitando em torno de candidaturas mais próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Enquanto isso, partidos aliados de Lula monitoram de perto os movimentos em Palmas. A definição do palanque no Tocantins será estratégica, já que o estado é visto como espaço chave para o fortalecimento da base do presidente no Norte do país.
O futuro alinhamento de Laurez Moreira permanece, portanto, como uma das principais incógnitas da política estadual: se penderá para a esquerda, ao lado de Lula, ou se consolidará de vez a influência bolsonarista que cresce em sua gestão.
Por: Geovane Oliveira


